13.7.16

porque o despedimento nem sempre é mau

“Não sei se sabes mas pessoa x foi despedida”, é algo que provavelmente todos já ouvimos em relação a alguém que nos é próximo. Primeira reacção: “Coitado(a). E agora?”. É assim que quase toda a gente reage ao despedimento de alguém que é próximo. Parece que o despedimento é automaticamente visto como uma sentença de morte. Da qual não se consegue escapar. Quando nem sempre é assim.

Tentar olhar para um despedimento como algo positivo é capaz de soar a ridículo para muitas pessoas. E deixo bem claro que não pretendo dar uma de político que diz que todas as pessoas devem olhar para o desemprego como uma oportunidade. Aquilo que defendo é que o despedimento é algo que faz bem a muitas pessoas. É uma libertação e não uma sentença de morte que irá destruir a vida de alguém.

A minha opinião tem por base o comodismo de algumas pessoas bastante talentosas. Que deixam que o medo em relação a algo acabe por abafar por completo o talento e aquilo que têm para dar. Acho que o comodismo é uma característica muito nossa, dos portugueses. Quase todas as pessoas ficam “presas” a um emprego. Talvez seja medo do desemprego. De não encontrar nada melhor. Mas a verdade é que existe comodismo. Que até faz com que se olhe de lado para quem muda de emprego com frequência enquanto não encontra aquilo que realmente deseja.

Tenho uma amiga dos tempos de escola que construiu um negócio de sucesso graças ao “empurrão” dado pelo desemprego. Tenho outro amigo que hoje é um homem muito mais feliz, com o seu negócio, e atingiu este estado depois de ter sido despedido. Até lá o seu negócio era apenas uma ideia guardada numa gaveta que nunca se abre. Tenho outra amiga que teve a coragem de dar um salto para o desconhecido e felizmente em boa hora o fez.

São exemplos destes que me fazem dar os parabéns a algumas pessoas que são despedidas. É certo que isto não pode ser encarado como regra geral. Infelizmente o mercado de trabalho está muito mau. E nem toda a gente consegue encontrar o seu rumo num momento que pode levar ao desespero. Mesmo assim, e tendo em conta as pessoas talentosas que conheço e que voaram graças a algo que a generalidade considera uma sentença de morte, tenho de admitir que o despedimento nem sempre é mau. Aquilo que é mesmo mau é o comodismo que prende pessoas com um talento muito maior do que acreditam ter.

2 comentários:

  1. Ora nem mais.
    Tenho uma prima que foi despedida aos 45 anos (e com mais de 20 de casa)de uma grande construtora. Montou um estaminé com o dinheiro que recebeu e acredito que vá ter muito sucesso. Importsnte é não desistir. E sim,deixar comodismo de lado.

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