7.6.19

o terror dos grupos de whatsapp

Este tema merece uma introdução. Só para criar o clima perfeito. Imagem que são Tom Cruise e que estão a dar vida a Ethan Hunt num qualquer filme da saga Missão Impossível. Chegou o momento de ficarem a descobrir qual a vossa missão. Agora que a aceitaram, chega a parte em que ficam a saber que a mensagem irá auto-destruir-se dentro de cinco segundos. 5... 4... 3... 2... 1... (entra a música). E podemos passar ao texto.

Vamos lá então falar de grupos de whatsapp, um "flagelo" que não poupa ninguém. Acredito que a esmagadora maioria das pessoas está inserida num grupo desta rede social. Mesmo que não queria. Até porque ninguém nos pede autorização para nos inserir num grupo. No meu caso, estou inserido em seis grupos activos: dois familiares, outros tantos de amigos e dois ligados à profissão. Mas já estive em mais. Mais do que queria. E do que tinha pedido.

E o que é que o Ethan Hunt tem a ver com isto? É que sair de um grupo de whatsapp é uma missão impossível. No meu caso, a primeira coisa que faço é tirar as notificações aos grupos. Isto aplica-se aqueles em que não me apetece estar. E também aqueles em que os amigos se lembram de enviar mensagens de madrugada de alguém a cair ou de outras coisas, como diria o outro, sabem do que estou a falar. Esta decisão só depende de mim. E ninguém sabe que a tomei.

Sair de um grupo já é uma coisa diferente. É certo que ninguém quer saber como chegámos ao grupo. Mas se tomamos a decisão de sair de algum (e já o fiz) é o fim do mundo em cuecas. Chego a acreditar que acabámos de cometer o pior crime do mundo. E que devemos ser condenados à pena de morte ou a ser escondidos num canto fechado em que nunca nos vão encontrar. A partir do momento em que decidimos sair, começa a confusão. "Por que saiu?", "O que lhe fizeram?" e "Deve ter a mania que é mais do que os outros" são as coisas que se ouvem depois de abandonar um grupo. Em que, volto a frisar, provavelmente não pedimos para estar inseridos.

Sair de um grupo de whatsapp (e verdade seja dita que existem vários que não servem para absolutamente nada) deveria ser a coisa mais normal do mundo. Só que vivemos numa era em que o virtual é que impera. Se não somos amigos no Facebook é porque não gostamos de alguém. Se não colocamos likes no Instagram, é porque não gostamos de alguém e se saímos de um grupo de whatsapp... merecemos a prisão perpétua. Fico à espera de actualizações que venham mudar tudo isto. Até lá, serei daqueles que merecem pena de prisão e que não medem o número de amigos pelos likes e amizades virtuais.

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