Tenho dois grupos de amigos com quem me costumo encontrar uma vez por semana. Um perto do local de trabalho e outro perto da zona onde moro. E começo por falar disto porque aconselho toda a gente a tirar o máximo proveito de momentos como estes. Em que amigos se juntam para falar de tudo um pouco. Com o passar dos anos acabamos por perceber que isto é o que realmente importa. Que é isto que guardamos.
Ontem, estava com um destes grupos quando a conversa foi parar às relações. E quando assim é há sempre alguém que fala do meu nome. Pelo simples facto de que sou aquele que tem a relação mais antiga. Ontem, falava-se de filhos, de casamentos e de tudo um pouco. Até que um amigo começou a falar da forma como olha para as relações. Diz ele que não quer chegar a velho e perceber que deixou de fazer várias coisas que queria por causa de uma relação. "Por causa do meu amor? De um amor dos dois? Ou do amor dela?", dizia. Salientou que nem toda a gente o compreende quando se expressa desta forma, sendo que percebi bem o que queria dizer. Até porque existem muitas pessoas que pensam deste modo, que é tão válido como qualquer outro.
Depois fez algumas perguntas sobre a minha relação. Para quando o casamento ou se era algo que não estava nos nossos planos. Até que me pergunta qualquer coisa como "vale a pena?", referindo-se a tudo aquilo que já vivi a dois. E gostei da pergunta. Que não tem qualquer dificuldade de resposta, mas que me faz pensar em algo bom. Respondi-lhe que tem valido muito a pena. Que encontrei a minha melhor amiga, a mulher que está sempre lá para mim. Expliquei-lhe ainda que percebo o que ela é para mim nos momentos maus. Pois nessas alturas, tal como acontece com as amizades, é que percebemos quem é que gosta de nós.
E em todos os momentos menos bons, ela esteve sempre lá para mim. Faz tudo para que não vá ao chão e está lá para me levantar quando estou caído. E sim, vale mesmo a pena. Como disse, há muitas pessoas que pensam como este meu amigo. Mas quando assim é, também há o risco de chegar a velho e ficar com dúvidas em relação aquilo que não se fez. "Será que fiz bem em não me entregar aquela pessoa?" é uma dúvida também não deve ser fácil de lidar.
E não é preciso chegar a velho para pensar nisto. Pois conheço muitas pessoas novas que já pensam desta forma quando começam a falar de paixões antigas que refizeram as vidas com outras pessoas. Para concluir, será que nisto das relações, vale a pena tanta entrega? A minha resposta será sempre um gigante SIM.
Gostei de ler.
ResponderEliminarA minha também. E já dura à 50 anos. Sim eu já estou velha. E se pudesse voltar atrás e escolher o tipo de vida que queria para o futuro escolheria exatamente a mesma pessoa, e a mesma relação.
Abraço
Muitos parabéns. Velha?!? Nada disso!
EliminarAbraço
E os filhos? Nunca tive vontade de ser mãe. Tenho 37 anos e, ao que parece, é sem filhos que vou continuar. Mas e a sociedade? As pressões? Os olhares de lado? Os julgamentos? Também pergunto: vale assim tanto a pena ter filhos, quando nos sentimos felizes e realizadas com a vida que temos? Estilo, se mexer estraga...
ResponderEliminarIsso também dá pano para mangas. Ficávamos o dia inteiro a discutir isso e a forma como as pessoas olham para quem não tem filhos.
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