12.10.15

as palavras que nunca te direi... no trabalho

Num passado não muito distante falava com um amigo sobre as diferenças entre um "sim" e um "pode ser". O meu amigo explicava que para ele existem diferenças nestas duas formas de responder a uma determinada pergunta. Por exemplo, se pede ajuda a alguém para algo e se a pessoa responde "pode ser" fica com a ideia de que é algo que a pessoa poderá não estar a fazer totalmente satisfeita. Ao contrário de um "sim" que não deixa margem para dúvidas. E isto pode ser aplicado a muitas outras perguntas.

Depois de ter esta conversa com o meu amigo fiquei a pensar na diversidade que pode realmente existir entre um "sim" e um "pode ser". Algo que até pode não ter maldade em quem diz mas que pode soar mal a quem ouve. E trata-se de algo a que provavelmente só damos importância quando somos nós que ouvimos a resposta dos outros. E dei por mim a pensar também nas vezes em que digo um "pode ser" quando poderia estar a dizer um "sim" que seria igual.

Além disso, pensei também na importância das diferenças entre um "pode ser" e um "sim". Mas será que o meu amigo é a excepção ou será que realmente as pessoas prestam atenção às diferentes respostas para as mesmas perguntas e que aparentemente são iguais. E ao que parece as respostas são muito mais importantes do que pensamos. Sobretudo no local de trabalho onde aquilo que as pessoas dizem revela muito do que são enquanto funcionários. E de acordo com o norte-americano Danny Rubin existem cinco frases que são proibidas no trabalho.

"só queria perguntar uma coisa"
Isto nunca deve ser dito. "Só" ou "apenas" são dois exemplos de palavras que retiram toda e qualquer importância aquilo que se vai dizer. Se tem um "só" ou um "apenas" é porque não tem relevância.

"desculpe qualquer coisa, mas"
Pedir desculpa por tudo e por nada revela muita fraqueza. E a verdade é que a maior parte das pessoas utiliza isto quando não tem que pedir desculpas por nada.

"não tenho a certeza se pode fazer isto, mas"
Ou, por outras palavras, "sou o submisso" em relação à pessoa com quem estou a falar. Passa também a ideia de que a outra pessoa é importante e ocupada demais para ajudar. Nada como ir directo ao assunto: "Pode fazer isto?"

"odeio incomodar, mas"
Revela receio em abordar outra pessoa. E existem outras opções que revelam respeito mas não mostram fraqueza. Como por exemplo, "quando tiver um minuto".

"espero que não tenha problema"
Começar a conversa assim deixa a outra pessoa na dúvida em relação ao que se segue. Será mesmo importante? O autor sugere uma abordagem diferente como "gostaria de saber a sua opinião" ou "agradeço as suas considerações".

Estes são apenas cinco exemplos. A este até juntava o "pode ser" em oposição "ao sim", do qual me recordei quando li estas frases consideradas proibitivas no local de trabalho. E a verdade é que olhando para os exemplos dou razão ao autor. É também verdade que as respostas parecem soar ao mesmo mas na realidade aquilo que dizemos acaba por revelar muito mais sobre nós do que aquilo que pensamos. E respostas destas podem acabar por ditar o caminho de muitos profissionais que provavelmente nem se apercebem do que estão a fazer quando respondem a algo.

4 comentários:

  1. É verdade, sim, que quando respondo "pode ser" é quase que um tanto se me faz como não, ou alguma contrariedade, enquanto que o "sim" mostra convicção.
    Tudo o resto que aqui escreveste, estou inteiramente de acordo.

    Beijinho

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    1. Existem coisas a que não ligamos quando dizemos mas que podem fazer toda a diferença em relação a que as ouve.

      Beijos

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  2. Na altura nem pensamos, é verdade, mas pode realmente fazer toda a diferença.

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