14.10.15

adeus playboy. foi um prazer

Sou uma das muitas pessoas que sempre criticaram a edição portuguesa, nos seus diferentes momentos de vida, da revista Playboy. E a minha crítica era sempre a mesma. Então e a nudez? Onde está o nu integral? E o motivo da minha crítica tem por base a casa mãe. A Playboy original que despe mulheres desde 1953 e que conseguiu ganhar fama e prestígio em diversos países como é o caso do Brasil. Não ignorando os elevados cachets que são dados às mulheres que se despem – refiro-me a mercados como o norte-americano e brasileiro – passou também a ser prestigiante ser capa desta publicação, e mais uma vez refiro-me a outros mercados que não o nosso onde a nudez ainda não é bem encarada.

Mas a nudez que sempre caracterizou a Playboy tem os dias contados. Acabaram-se, quer dizer, vão acabar as mulheres nuas na Playboy norte-americana. E será em Março que tudo mudará. Para se ter uma ideia, os exemplares de circulação da revista norte-americana baixaram dos 5,6 milhões (1975) para uns modestos 800 mil. Estes números estão a ser suportados com as novas tecnologias e com a facilidade com que os conteúdos sexuais são encontrados na Internet. A Playboy considera que já está ganha a batalha que alterou a forma como a sociedade norte-americana (e um pouco por todo o mundo) olha para a sensualidade e para o sexo.

A Playboy acabou por abrir o caminho a publicações como a Penthouse que têm uma aposta mais hardcore e que acabam por roubar clientes à revista que além das mulheres nuas é também reconhecida por diversas reportagens, entrevistas e artigos de opinião que conquistaram diversos leitores ao longo dos anos. A Playboy poderia seguir o caminho hardcore mas não teria nada a provar mas acabou por optar por ter fotos provocadoras apesar de não existir nudez integral. A revista quer ter uma colunista "mulher sexualmente positiva", vai apostar na publicidade a bebidas alcoólicas de qualidade e quer ser um marco para homens entre os 18 e 30 anos. Querem, e este é o factor diferenciador segundo Cory Jones, responsável editorial da revista, ir atrás dos homens que têm emprego.

Confesso que fui apanhado de surpresa com esta notícia. Pelo simples facto de que se trata da Playboy mãe. E os números são realmente assustadores tendo em conta o tamanho do mercado. Agora resta saber se esta decisão será seguida por todas as edições pois não sei se é algo que está presente no contrato no momento em que se compra os direitos durante um determinado período de tempo. A ser seguida acredito que irá resultar no fecho de diversas edições um pouco por todo o mundo. E não é preciso ir muito longe para encontrar exemplos de edições que não conseguem sobreviver no mercado. Retirando a nudez integral e o facto de, em alguns casos, despirem mulheres que fazem parte do imaginário de muitos homens, restam as entrevistas e os diversos artigos de interesse que serão acompanhados de fotos provocadoras. Mas isto já é feito por outras publicações, como é o caso da GQ, apenas para dar um exemplo, que já estão nesse mercado específico há muito e com sucesso.

P.S. - A edição portuguesa da Playboy antecipou este cenário em relação à Playboy norte-americana.

P.P.S. - Já não é preciso dar a desculpa de que se compra a Playboy por causa dos artigos de opinião e das entrevistas.

4 comentários:

  1. grandes escritores e jornalistas americanos escreveram para a playboy, por isso não é bem uma desculpa. era inquérito distinguia a revista de todas as outras.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Isto da desculpa era uma brincadeira pois concordo com o que dizes.

      Eliminar
  2. Não fazia ideia nem sou consumidora da revista, no entanto acho que não faz muito sentido porque vai perder a essência que a caracteriza.

    ResponderEliminar