11.3.15

sentir-me vivo (e coisas menos boas)

Não me lembro da última vez em que tinha ido jogar futebol. Sei apenas que foi há muito tempo, o suficiente para, na altura, ter aproximadamente mais vinte quilos do que tenho agora. Ontem voltei a pisar um campo. Voltei a sentir o cheiro do sintético. A sentir o toque da bola nos meus pés. A descarregar raivas acumuladas em diversos remates. Voltei a sentir-me vivo no sentido em que durante o tempo em que estou a jogar não tenho um único problema na minha cabeça. Só penso em posicionar a equipa quando estamos a defender. Nas melhores opções de ataque. Nas desmarcações. Nos remates. E nos golos que se marcam e naqueles que se evitam.

Ao contrário do que acontecia quando era mais novo, existe algo que me preocupa até ao momento em que começa o jogo. Refiro-me às lesões. Quando era mais novo não tinha receio de nada e infelizmente tive diversas lesões, felizmente poucas delas graves. Agora, penso no “e se” me aleijo. Se me lesiono e se essa lesão impede que leve uma vida normal durante algum tempo? Isto é algo que me preocupa mas que desaparece no imediato momento em que a bola começa a rolar.

Depois, quando a bola começa a rolar, tudo muda. Sobretudo depois de um longo período de ausência. Os primeiros instantes são uma espécie de teste das capacidades. Ainda consigo fazer isto? E aquilo? Um pouco a medo surge um passe mais arriscado e um remate meio tímido. Tudo corre bem. Um golo. Outro. E uma assistência logo de seguida. Os colegas de equipa são os de antigamente e logo se percebe que ainda dá para jogar de olhos fechados. A confiança vai subindo. E chega o momento Sport Zone. “Há sempre um jogo em que te sentes o melhor do mundo”, diz uma publicidade da cadeia de lojas de desporto. E é mesmo assim. Existe sempre este jogo. Este momento. E foi algo que senti ontem.

Voltando às lesões, são a única coisa que me assusta nestes jogos de final de dia. Ontem, infelizmente aconteceram duas. Uma, não se dava nada pela situação e vai ser necessária uma operação. Outra, que parecia mais séria, não passou de um susto. E neste sentido, deixo algumas dicas a todas as pessoas que participam em jogos destes. Atenção ao calçado que escolhem. Existem muitas pessoas que gostam de chuteiras mas em alguns campo existe um risco grande de ficarem presos na relva, algo que pode resultar numa lesão chata. Não ignorem o aquecimento. Sobretudo nesta altura em que ainda está muito frio ao final do dia. Se jogarem com guarda-redes a rodar, tenham cuidado com os dedos. Além disso, poupem-se fisicamente nos primeiros quinze minutos do jogo e também nos últimos quinze. É nestas alturas que existem mais lesões musculares. E esqueçam isso de disputar cada lance como se fosse o último. Usem a ponderação que no dia seguinte é dia de trabalho. As rápidas melhoras aos dois azarados de ontem.

4 comentários:

  1. Pipocante Irrelevante Delirante11 de março de 2015 às 11:19

    Aquecimento (não é só a corridinha da praxe, rodar tornozelos, cintura, alongar)
    Na baliza, não ficar parado
    Chuteiras, nem faz sentido com amigos, quanto mais num sintético. Botas de "pelado" são aconselháveis.
    Entradas duras não são aconselháveis (contra mim falo), e cuidado nas aterragens quando se salta.

    Ao contrário do HsB, não me preocupo com as lesões durante o jogo. preocupo-me com as que levo para o jogo. Elas não matam, mas certamente moem.

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    1. Moem e muito. Uma das diferenças que noto agora é o tempo de recuperação depois de um jogo.

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  2. Vou jogar à bola sábado, nem de propósito, obrigada pelas dicas :)

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