Sou da colheira de 81, por isso, quando era mais novo
lembro-me de que o Festival da Canção ainda tinha algum impacto no País. Já não
era a mesma coisa de antigamente nem Portugal parava para ver o festival e
descobrir qual a música vencedora. Mas, mesmo assim, ainda tinha algum impacto. As
pessoas debatiam as músicas a concurso e defendiam a sua dama, leia-se música,
com unhas e dentes. Existia ainda outro grande momento que era quando tinha
lugar o Festival Eurovisão da Canção.
Os anos foram passando e o Festival da Canção está a anos-luz
de ser aquilo que foi em tempos. Nos dias que correm, pelo menos é essa a ideia
que tenho, poucos sabem quando vai ter lugar o evento musical. Menos ainda são
aqueles que sabem quantas músicas vão a concurso. E um número ainda menor serve
para definir aqueles que sabem que é o grande vencedor que vai ter a missão de
nos representar no Festival Eurovisão da Canção. Mas, quando se sabe quem é o
vencedor tudo muda. A partir desse momento passamos a ser um País onde
aparentemente todas as pessoas vivem intensamente o Festival da Canção.
E, apesar de não ligarmos patavina ao evento, nunca estamos
satisfeitos com quem ganha. No ano passado Suzy foi a vencedora. Gerou-se uma
onda de indignação. Parecia que era uma vergonha ter uma cantora “pimba” como cartão-de-visita
no Festival Eurovisão da Canção. Agora é a vez de Leonor Andrade, jovem cantora
de 20 anos. Parece que a vencedora deste ano não era favorita e a sua vitória
também não agrada às pessoas. A polémica instala-se quando as duas favoritas
não ficaram nos três primeiros lugares e porque a vencedora faz parte do elenco
de Água de Mar, telenovela exibida na RTP.
Ninguém liga nenhuma ao Festival da Canção. Ninguém quer
saber do evento para nada. Mas ninguém fica satisfeito com quem ganha. Depois,
quando a poeira desaparece surge o Festival Eurovisão da Canção. E todos acham
piada aos projectos alternativos que os outros países levam a concurso. Todos
defendem que devem ser dadas oportunidades a esses mesmos projectos. A
indignação é só a nível nacional. Mesmo que nem sequer se tenha ouvido a música
vencedora. O que é certo é que não podia vencer.
Sou de 76, (credo és da idade do homem cá de casa e ele quis ver o dito programa) e fui obrigada muitas vezes a ver e só me lembro da Dora e da Adelaide Ferreira mas, verdade que hoje em dia, o Festival, aquilo que é nosso, passa-nos ao lado, o que não deixa de ser triste. Bjs
ResponderEliminarNão te lembras da Dina?
EliminarBeijos
Qualquer coisa "dás-me a volta à cabeça..."?
EliminarPeguei trinquei, meti-te na cesta :)
EliminarTu vê lá o que me fazes :P
Eliminarhahahahah ;p
EliminarEu acompanhei, e confesso que havia uma música muito mais mexida, com bailarinos, com ritmo, algo que tinha cara de festival da eurovisão, não passou para a final sequer.
ResponderEliminarEu acho que o nosso país, quem decide essas coisas, decide por outros critérios e não o facto da música ser aquilo que mais se enquadra no espetáculo em questão, por isso, mais um ano, não temos qualquer hipótese a meu ver. Não é que a música seja má, mas não tem espetáculo associado.
E eu sou daquelas pessoas que acredita que as chamadas que os portugueses para lá fazem, contem 0, quem decide é quem está por detrás do programa, mas isto sou eu.
Eu não vi. Só ouvia música da polémica. Tudo o que envolve chamadas levanta essa questão.
EliminarDepois de ouvir a música tiro duas conclusões: a miúda não sabe cantar grande coisa; a miúda é super gira.
ResponderEliminarMas não entendo o porquê de tanto falatório se ninguém quer saber do concurso, no ano passado a escolha era tão má que dava vontade de falar, este não é só mais uma música que não sendo uma obra-prima, também não é nenhum atentado à imagem de Portugal.
Também achei que era muito gira. A música é aquilo que é. E pouco pode ser dito.
EliminarPor acaso vi a final do Festival da Canção e, sinceramente, não achei nenhuma canção espectacular. Mas a mim o que me surpreendeu foi a participação da Simone! Ela diz que foi porque lhe deu na real gana (ou qualquer coisa parecida) mas a mim custou-me ver e, sobretudo, ouvir aquela que, em tempos idos, teve um vozeirão a fazer um esforço para cantar. Aliás, num intervalo de entretenimento, num dueto com a Yola Dinis, a Yola desceu o seu tom de voz e mesmo assim não se ouvia a Simone. Eu sei que os artistas vivem do palco, das luzes, das palmas, mas há que saber retirar-se...
ResponderEliminarJá lá vai o tempo das canções espectaculares. E foram muitas. Quanto à Simone, gosto tanto dela que não tive coragem de procurar a sua música. Muito menos depois do teu comentário.
EliminarVi muitos festivais, quando eles ainda eram vistos por todos os portugueses e a votação era feita através de telefone pelas cidades eram autênticos.
ResponderEliminarMudam-se os tempos, mudam-se os gostos e deixei de ver quer o da canção, quer o da eurovisão.
~Beijinho
Era um belo espectáculo :)
EliminarBeijos
O que tenho a comentar a isto é que o nosso povo nunca está satisfeito e queixar-se de tudo e de nada está mesmo nos genes. É mais forte do que nós.
ResponderEliminarÉ mesmo mais forte do que nós.
Eliminar