10.3.15

obrigar os filhos a dar beijos: sim ou não?

Ana Hanssen é uma jornalista colombiana que vive em Miami. Num passado recente estava a passear com a sua filha, de apenas três anos, quando se cruzou com uma amiga que estava acompanhada de um grupo de mulheres que Ana não conhecia. Como é comum nestes cenários, uma das mulheres agarrou a sua filha, pedindo um beijo à criança. Beijo esse que a criança recusou. Beijo esse que a mulher continuou a forçar. Beijo esse que a criança continuou a não querer dar. Até que Ana sentiu-se obrigada a intervir, pedindo desculpa pelo sucedido e revelando que a filha não dá beijos a estranhos. Essa situação melindrou aquele grupo de mulheres.

Por sua vez, Ana Hanssen decidiu partilhar o sucedido num blogue dedicado a questões relacionadas com maternidade. O texto já teve mais de 600 mil partilhas no facebook e Ana já recebeu mais de 700 comentários. Uns deles favoráveis, outros construtivos e muitos outros são em tom crítico, explica a jornalista. Que se sente feliz pelo facto do seu episódio ter colocado meio mundo a debater se as crianças devem ou não ser obrigadas a dar beijos.

A ideia que tenho é a de que muitas pessoas consideram falta de educação quando uma criança recusa dar um beijo a alguém porque olham para esse gesto como um cumprimento. Mas, do meu ponto de vista, não acho que uma criança seja mal-educada porque recusa beijar uma pessoa que não conhece de lado nenhum. Um beijo, mesmo que seja um simples cumprimento, exige intimidade. Quantos adultos não cumprimentam outros com beijos, optando por um aperto de mão ou um simples olá? Isso faz das pessoas menos educadas? Creio que não.

Por outro lado, acho que os pais devem forçar, no sentido de alimentar esse acto, os filhos a cumprimentar as pessoas com quem se cruzam de modo a que isso seja um hábito natural. E isto não implica obrigar os filhos a dar beijos a torto e a direito. Essa decisão poderá ficar para eles. Refiro-me a um simples olá, um aceno, um sorriso ou outra coisa qualquer que sirva de cumprimento. Neste sentido entendo que se possa falar de educação.

Crianças e beijos: sim ou não? Essa decisão deve ser das crianças ou dos pais? Não forçar o beijo é o melhor caminho ou defender a criança que aos olhos de alguém está a revelar falta de educação é sinal de protecção excessiva? Eis as questões.

42 comentários:

  1. Ora aí está uma boa questão já que existem pessoas que não nos inspiram vontade nenhuma de lhes darmos um beijo e às crianças deve acontecer o mesmo.
    Por acaso gosto de pedir beijinhos aos filhos das amigas e às crianças da família claro, os carinhos das crianças são uma coisa fantástica especialmente se forem sentidos e se espontâneos melhor, mas obriga-los a dar a beijos a toda a gente pode não ser a melhor coisa a fazer por vários motivos.
    Primeiro temos as doenças porque há muita gente que mesmo estando doente se esquece e pode transmitir vírus às crianças e adultos com um simples cumprimento e segundo porque as crianças devem ser alertadas para não confiarem em desconhecidos e instiga-las a darem beijos a desconhecidos é dar-lhes a entender precisamente o contrário.
    Quando se trata de um amigo ou amiga ou amigos dos pais deve-se explicar à criança que são isso mesmo e por isso assegurar-lhe que podem confiar nessa pessoa e que lhes podem dar um beijinho se assim o desejarem.

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    1. Acho que todas as pessoas gostam de beijos de crianças mas acho exagerado que se ache má educação não receber um.

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  2. Um beijo não se força: pede-se, oferece-se ou rouba-se consoante a ocasião.

    Às crianças deve se ensinada tal regra da sociedade (com a qual não concordo muito, não sei porque raio as mulheres não podem só dar também a mão), mas não se deve forçar e criar uma birra em torno de algo que bem vistas as coisas não é essencial...

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  3. Quando era criança cheguei mesmo a detestar esse gesto, de tão constante que tinha de ser. Mais tarde, deixei de o fazer e ainda hoje não o faço. Digo olá, aceno ou limito-me a sorrir. É educado na mesma, não acho que haja necessidade de cumprimentar toda a gente com dois beijinhos.

    http://entreosmeusdias.blogspot.pt

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    1. Acho que poucos adultos conseguem colocar-se na posição da criança que é lambuzada com beijos e mais beijos.

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  4. A decisão deve ser sempre da criança. E não acho normal as pessoas levarem a mal...

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  5. Eu concordo que as crianças devem aprender, desde cedo, a cumprimentar as pessoas, mesmo que não as conheçam, desde que sejam conhecidos do pai/mãe e que estejam acompanhadas pelos mesmos. No entanto é como dizes, não tem de ser um beijo, pode ser um simples "olá", tal como nós adultos fazemos tantas e tantas vezes.

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  6. É muito comum ouvir "Vá, dá beijinho à X", e a criança esconde-se e diz que não. Não devemos forçar. É normal que as crianças se sintam inseguras naquele momento mesmo estando com os pais. Até mesmo eu, com 23 anos, não gosto de dar beijos só porque sim. Nem aos meus pais dou. Mas, voltando às crianças, acho que pode ser incutido o valor de que, podem beijos às pessoas que conhecem mas, se lhes aparecer uma tia ou uma amiga da mãe do meio do nada e que a criança não conhece, é mais do que normal ela não querer beijar e devemos respeitar isso.

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    1. Existem pais que se zangam com os filhos porque não querem dar beijo a este ou aquele. Se for família ainda compreendo. Com estranhos não.

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  7. Beijos em família e a amigos acho que se deve dar. Mas a estranhos não concordo. Um simples olá chega.

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  8. Não se deve obrigar. Eu não tenho filhos, mas enquanto filha odiava que me fizessem isso. depois os meus pais deixaram de obrigar e passaram a sugerir e com o tempo começou a ser normal cumprimentar as pessoas

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  9. Isto é um tema sensível, depende muito de pessoa para pessoa, de cultura para cultura... há muitos factores aqui pelo meio que não apenas um cumprimento.

    Eu como mãe, defendo que a criança cumprimente a outra pessoa, quando um dos pais assim o indique. A parte de dar beijos acho que deve ser deixada ao critério da criança.

    É um constrangimento, e até chega a ser desconfortável cumprimentar alguém com um beijo, quando não o queremos fazer, porque haveria de ser diferente para uma criança?

    Falo por mim, e concordo contigo Bruno, uma pessoa não é mal educada por cumprimentar com um aperto de mão, simplesmente é um pouco mais formal a meu ver. E se nós somos assim, porque é que as crianças devem ser obrigadas a dar beijinhos?

    A minha filha não fala nem interage com estranhos, a menos que eu esteja do lado dela, e lhe de permissão para o fazer. Como tal, se ela quiser cumprimentar essa pessoa com apenas um olá, perfeito! Não tem que dar beijinhos se não se sente confortável para o fazer. Ponto.

    Creio que até é uma forma de proteger as crianças de situações indesejadas, se é que me faço entender. Mas não entremos por aí.

    Acho que fui clara na minha opinião.

    Beijinhos
    Z.

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    1. Acho que dizes tudo no teu comentário. É isso mesmo. Cumprimentar sim mas isso não implica beijos.

      Beijos

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    2. Boa educação nunca é demais (é quase como o amor), mas boa educação não implica necessariamente contacto físico

      Beijinhos
      Z.

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  10. Forçar? Claro que não! Conhecem algum adulto que não cumprimente pessoas. Se conhecerem, forçam-no? Não me parece. E, para mais, neste caso específico, as amigas da mãe não são as amigas dela... No meu caso, nunca obriguei qualquer criança a cumprimentar com beijos ninguém e nunca cumprimentei nenhum criança com beijos vendo que não seria reciproco. Deixem as crianças em paz! É mais seguro serem "bicho do mato" do que aquelas crianças que correm para estranhos como se fossem seus maiores amigo; vão por mim, que sei bem do que falo.

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    1. Neste caso só uma é que era amiga da mãe. As restantes eram desconhecidas de mãe e filha. A criança não deve ser forçada a nada.

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  11. Por mim, os meus filhos só cumprimentam com beijos quem eles querem e só deixo quando eu próprio tb conheço. Eu, NÃO quero, de todo que os meus filhos dêem beijos a desconhecidos, na minha opinião, é meio caminho andado para darem, mais tarde, 2 dedos de conversa, a quem não conhecem e o que quero incutir neles é uma regra bastante simples : Não conheço?! não paro, não falo, não ouço.
    Infelizmente, hoje em dia não podemos confiar em ninguém :(

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  12. Cresci em Albufeira, um meio pequeno e a minha mãe tinha que ir ao mesmo banco todos os dias, nas férias ia com ela. "Dá lá um beijinho a esta senhora que é muito amiga da mãe...", "Então não não te lembras da XPTO que te mudou fraldas no infantário..."? Até tremia quando sabia que ia sair com a minha mãe no centro.

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    1. Chegavas a casa num misto de baba de beijos e mais beijos :)

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  13. Parece que cada vez que, depois de um período de ausência, venho espreitar o teu blog, fico viciada em voltar e comentar!! :P ahaha Falo da minha experiência como mãe de uma criança de 4 anos... nunca a obriguei a dar beijos, mas a dizer um simples olá, ou dar um sorriso, sim, sempre fiz questão! :) Nem diria obrigar, diria mais, explicar que se deve fazer. Recentemente passámos pela fase do "No me gusta los besos!!" (porque continuamos a usar o português apenas para compreender o que se diz, falar nicles!! lol) para toda a gente, com excepção de pai e mãe! Mas apercebi-me que isto era sim um comportamento de "identificação" entre amigas, ou seja, se as amigas não gostavam ela tb não gostava... Chamou-me a atenção e expliquei-lhe que as pessoas dão beijinhos em sinal de carinho e é uma forma de dizer que gostam de nós e nós ao dar-mos estamos a dizer à pessoa que também gostamos dela! Quanto a pessoas que a mãe ou o pai dizem que são amigos ou conhecidos e também falam, se quiser dá, senão "dá" apenas um sorriso. E não é que funcionou?;) No outro dia estava a mãe de uma amiga cá em casa, e ao despedir-se ia-lhe dar um beijo, até que a meio caminho da bochecha lembrou-se de disse " Ah! Claro não gostas de beijos, como a Lisa"... ao que a minha filha responde " Agora sim já gosto,e gosto de ti!" e aceitou assim como lhe deu um beijo.... Mais palavras para quê? ;) Desta experiência de apalpar terreno de primeira viagem, tirei a conclusão que às crianças devemos sim explicar os actos e não apenas dizer que se deve fazer! ;) Mas é a minha experiência e opinião! :)

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    1. Volta sempre que quiseres que o teu cantinho não será ocupado por ninguém.

      É isso mesmo. Mais palavras para quê? Soube fazer a melhor escolha :)

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  14. Como mãe de um reguila de 4 anos: dizer "olá", sempre, sempre, de preferência a todos quanto se cruzam connosco (mesmo àqueles que insistem em dizer "olá menina" quando ele é um rapagão).
    Beijinhos, sim, se ele quiser, às pessoas mais chegadas, claro! Mas só se ele quiser (nem sequer insisto a que fale ao telemóvel com os avós ou quem quer que seja).
    Como criança que também fui: houve uma altura em que a política era "não dou beijo a mulheres" (chamem-me parva!!!), e a homens só dava se fossem bem parecidos (na altura a preferência ia para barbas e gravatas...sim, eu sei, é estranho mesmo!!!). E os meus pais também não insistiam comigo... e claro que naturalmente a coisa "passou" (se bem que continuo a preferir dar beijos a homens :)).

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    1. Adoro o teu relato. O que me ri :) Obrigado.

      Acho que é bom deixar que seja a criança a perceber como funcionam as coisas.

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  15. Eu acho que não se deve forçar...
    Pode-se cumprimentar de outras formas...

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  16. Não. Nunca!! Eu já sou idosa, mas ainda me lembro do asco que sentia quando, na terrinha (no Alentejo profundo) as velhas se lembravam de me vir lambuzar com beijos. Uma nojice. Não as conhecia de lado nenhum e lá vinha elas, pimba, toma lá um beijo daqueles que dava vontade de limpar da cara a seguir, tal o nível de lambuzação.

    Tenho dois filhos pequenos e prefiro que eles não sejam muito beijoqueiros. Uma coisa é a família próxima, os amigos que eles conhecem bem. Outra, bem diferente, são pessoas desconhecidas para eles. Nestes casos, sou muito a favor do olá-com-sorriso e chega bem. E pratico o inverso: não dou beijos a crianças que não conheço nem as coloco naquela situação ingrata do "dás-me um beijinho?" que as deixa em pânico.

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    1. Não és nada idosa!

      Falas em algo muito interessante que é o adulto colocar-se na posição da criança.

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  17. Há beijos e beijos !!!!
    Há os beijinhos à família e amigos próximos e há o beijo a estranhos, como cumprimento. Eu só dou a quem gosto. Aos outros , depende... Talvez por isso, nunca "obriguei " a minha filha a cumprimentar com um beijo pessoas menos próximas. Ficava ao critério dela !

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    1. Considero que dar esse poder à criança é uma excelente opção.

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  18. Já fui totalmente contra: forçar-se crianças a dar beijinhos como cumprimentos (até porque eu própria odiava). Neste momento sou "nim". Porque também acho que as crianças devem ser educadas a cumprimentar as outras pessoas (na nossa sociedade, para as mulheres, infelizmente, é com beijinhos). Já assisti a algumas crianças que os pais não obrigam (a dar beijinhos) e, a verdade, é que são crianças que não cumprimentam de modo nenhum (nem com "olá", sorrisos, etc.).
    Também sou da opinião que, para um estranho, o cumprimento não deve ser um beijinho (como no caso que retratas da jornalista). No entanto, sou (agora, não quer dizer que daqui a uns tempos não mude de ideias) da opinião que para os amigos, amigos dos pais (daqueles de visita de casa), familiares as crianças (raparigas) devem ser educadas a cumprimentar com beijinhos.

    Digo-te também que eu não forço nenhuma criança a dar-me beijinhos. por vezes peço, outras vezes faço-me de cara. Em geral eles acabam sempre por dar (é o meu charme - not!) porque quando não forças e quando já tens relacionamento com as crianças elas são as primeiras a correr para ti para te cumprimentar. Seja com um abraço, um beijinho ou um sorriso bem rasgado!

    (e depois de um comentário testamento... vou ficar bem "sugadinha").

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    1. Tem de existir um processo de conquista da criança (e entre adultos é a mesma coisa) por isso forçar não é uma boa opção.

      Cumprimentar sim, sempre. O resto é com as crianças.

      Não fiques nada "sugadinha" :)

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  19. Eu sou da opinião que se a criança nao quer dar beijos não se deve obrigar só porque é de boa educação!

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