Ontem, voltei a entrar no consultório da Mariana Abecassis, a nutricionista que me acompanhou na mudança dos meus hábitos alimentares, ensinando-me a comer da melhor forma possível. Podia ser apenas mais uma consulta mas foi diferente. Está no mesmo patamar da primeira vez que lá fui, em Fevereiro deste ano. Porque esta, não tendo sido a última, foi a do objectivo concluído. Aquela em que tive “alta”.
Quando decidi mudar de vida, não sabia o que iria acontecer. Sabia apenas que estava motivado para mudar e que isso era meio caminho andado para o sucesso. Mas não sabia, porque nunca tinha feito nada semelhante, se seria um processo rápido ou lento, fácil ou difícil e se me iria animar ou desanimar. Para trás ficam praticamente vinte quilos. Reduzi a gordura corporal em dez porcento. E durante este processo ainda fortaleci a minha massa magra, que foi descendo mas que teve um aumento - enquanto o peso descia - na fase final da reeducação alimentar.
Ontem falei de muitas coisas com a Mariana, que me perguntou se me sentia bem. Respondi que sim. Que me sentia muito melhor do que no dia em que a conheci e em que descobri que pesava mais do que pensava. Que estava mais desleixado do que julgava. Algo que se transformou numa motivação superior. Pensado no passado, a única explicação que encontro para o meu desleixo é o facto de que nunca me senti com peso a mais. Nunca deixei de fazer as coisas que queria. E talvez tenha sido por isso que a situação chegou onde chegou. E a verdade é que me sinto muito melhor hoje. Porque faço ainda melhor tudo o que fazia. E sinto-me muito mais saudável.
Depois confidenciei à Mariana aquele que considero ter sido o meu grande “truque” durante este processo de mudança. Nunca deixei de comer o que me apetecia comer. Nunca disse nunca aos meus desejos alimentares. Fui sempre assim, ainda sou e irei continuar a ser. Recuso ser fundamentalista. Recuso contar as gramas do que como e escolher todos os meus alimentos com base em determinados parâmetros. Se me apetece um determinado bolo, por exemplo, como. E não entrar numa negação alimentar faz com que não fique doido a desejar comer o que quer que seja. E faz com que não existam desejos loucos todos os dias. E este é o melhor conselho que posso dar a quem pretende fazer o que fiz. Tem de existir uma disciplina alimentar mas não tem de ser levada ao extremo. Porque isso terá um efeito negativo quando a pessoa deixar de ter acompanhamento.
Nunca deixei de estar presente em jantares de amigos nem de beber as minhas cervejas, gins e whiskeys sempre que me apeteceu. Nunca “estraguei” um bom momento com um “não posso comer isto” ou “não posso beber aquilo”. Mas isto não significa que, nesses momentos, tenha comido como se não houvesse amanhã ou que tivesse bebido como se fosse a última garrafa do mundo. Tive a postura de sempre, nos momentos de sempre. E esta postura leva a que a pessoa aprenda a compensar as coisas que faz. Quando abusa num dia compensa, de forma quase automática, noutro. E, do meu ponto de vista, são coisas que se aprendem sem fundamentalismos.
Falámos também da minha idade. A Mariana disse-me que fiz bem em tomar esta decisão com pouco mais de trinta anos pois a situação – desleixo – poderia piorar e quando tivesse cinquenta anos é que decidia fazer o que fiz. Esta decisão levaria-me a perder uns bons anos numa situação em nada benéfica para a saúde. Que é o ponto mais importante de tudo isto. Creio que existe uma ideia generalizada de que perder peso é uma coisa estética. É para o corpo ficar mais bonito. Para comprar roupa num tamanho menor e para exibir o biquíni ou os abdominais na praia. E pensar isto é errado. Porque cada vez mais morrem pessoas com problemas de saúde ligados ao excesso de peso. Cada vez mais as crianças ficam com excesso de peso numa tenra idade.
E isto não é um problema estético. É um problema de saúde que passa por alterar os hábitos alimentares. E mudar os hábitos alimentares não significa deixar de comer o que quer que seja. Passa por aprender a melhor hora para comer determinado alimento. É certo que existem aquelas pessoas que defendem que morremos todos da mesma maneira. Não importa se somos saudáveis, se fumamos ou se bebemos que nem uns loucos pois o final é igual para todos. E isto é verdade. O final é mesmo igual para todos. Mas, a forma de lá chegar, o tempo que demora a viagem e a qualidade dos momentos em que se parou durante a viagem é completamente diferente entre uma pessoa saudável e outra completamente desleixada.
Com base na minha experiência ao longo destes últimos meses, só posso dizer que mudar de vida é muito mais fácil do que as pessoas pensam. Não são precisos comprimidos nem uma alimentação à base de barras de cereais, maçãs, peixe e legumes. É muito mais simples do que isto e não implica cortar com tudo. Acima de tudo, basta querer mudar.
Subscrevo em tudo os teus conselhos, e queria acrescentar ainda que, além de saúde física/fisiológica, é muito importante também o reforçar da força de vontade, da auto-estima e sobretudo, do bom senso (tudo coisas da saúde mental/psicológica, diria eu, que não é de descurar).
ResponderEliminarTambém ando a fazer uma reeducação alimentar e ando a conseguir manter uma rotina de treino físico, e também não me recuso a comer algo que tenha vontade de comer (ainda ontem foi um belo geladinho de mirtilos com chocolate ao jantar - depois do jantar, claro, e não em vez de. hehehe). Focaste um ponto crucial, parece-me: negar-se a comer algo que se quer muito comer, pode ter efeitos muito contra-producentes!
Acho que um dos grandes segredos é mesmo evitar o fundamentalismo. Porque isso vai levar a desejos que quando foram incontroláveis vão originar problemas.
EliminarEstá tudo na nossa cabeça. A mente consegue ser muito traiçoeira (infelizmente).
ResponderEliminarRecentemente descobri uma nova forma de "comer saudável" e penso que foi a melhor dieta que alguma vez exprimentei.
Já ouviu falar sobre a dieta consoante o tipo sanguineo? Fiz uns posts no meu blog: http://alebanac.blogspot.pt/p/eat-right-for-your-type.html
Acho muito interessante e correcto, afinal, existe aquele "eu exprimentei todas as dietas e continuou igual", ao exprimentar um que seja consoante o tipo de sangue é automático que emagreça. Eu começei no verão e já emagrecei 2kgs. Continuo a ler sobre mais o assunto, mas acho que é de apostar.
xx
Obrigado pela dica. Vou espreitar e muita força para ti :)
EliminarMuitos parabéns. Pela força, vontade e determinação ao longo desse percurso. De facto, lutar contra o excesso de peso, não é fácil, mas vale sempre a pena. A nossa vida, qualidade de vida e bem-estar, agradecem.
ResponderEliminarÉ bom que as pessoas percebam que é, acima de tudo, uma questão de saúde.
EliminarConcordo!
ResponderEliminarCris
Obrigado Cris!
EliminarMuito bem e não custa nada.
ResponderEliminarParabéns.
Beijinho
Basta querer mudar.
EliminarBeijos
Tens toda a razão, comigo também foi assim, fácil, sem grandes restrições mas com força de vontade.
ResponderEliminarPercebes muito bem o que estava a querer dizer.
EliminarParabéns pela determinação e pelos resultados ;)
ResponderEliminarHei-de fazer a minha introspectiva no blog um dia destes também ;)
Obrigado :)
EliminarForça com isso!
Como nutricionista, dou-lhe os meus parabéns. Pelos resultados alcançados e principalmente por essa força de vontade que mantém. O último parágrafo resume tudo! Nem eu diria melhor. Continue assim, feliz e saudável =)
ResponderEliminarRaquel, trata-me por tu, pode ser?
EliminarTendo em conta a tua área, agradeço imenso as tuas palavras. Muito obrigado ;)
Combinado! A ver se da próxima não me esqueço ;)
EliminarBoa ;)
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