29.10.15

(des)encontros (capítulo dezoito)


Inês e João permaneciam numa calorosa troca de beijos que tinha como cenário um beco pouco iluminado. As bocas funcionavam em sintonia como se parecessem uma só ou como se nunca tivessem sido estranhas uma para a outra. Já as mãos não pareciam uma só mas tinham em comum o facto de estarem a ser controladas pelo desejo mútuo. Pelo menos assim parecia. Até ao instante em que a troca de beijos e carícias foi interrompida por Inês. "Que foi?", perguntou João. "Fiz algo errado?", questionou. "Não. O mal não és tu", respondeu Inês com um ar muito sério. "O mal é meu. Não sei se quero isto. Acho que não", explicou. A cara de João mudou de cor fixando num tom pálido. "Ok...", disse ele como diz qualquer pessoa que não tem outra resposta para dar.

"Estava a brincar contigo", disse Inês começando de imediato a sorrir. João permaneceu sério. Inês assustou-se. Mas era apenas o troco dele que soltou um sorriso que Inês mal conseguiu ver pois rapidamente voltou a conquistar os seus lábios. E a brincadeira de Inês parecia ter mexido com João. Com receio de que aquela brincadeira se tornasse realidade João estava decidido a conquistar Inês, ali, naquele beco, o mais depressa possível num momento que não sabia se iria repetir-se. E isso notou-se no toque das suas mãos, que Inês passou a sentir diferente e que a arrepiou quando sentiu as mãos dele na sua cintura.

E enquanto utilizava a sua mão direita para sentir a pele de Inês e cada centímetro do seu corpo, pelo menos onde a sua mão chegava, deixava a mão esquerda entregue ao desejo cego, sem regras nem filtros. E num rápido instante, que as suas bocas faziam parecer uma imensidão de tempo, já tinha a sua mão esquerda no fecho do soutien de Inês. E ainda mais depressa o soltou sem que ela esboçasse qualquer reacção de que não o desejava. Nesse instante a sua mão direita juntou-se à esquerda e ambas despiram Inês num instante passando a estar despida da cintura para cima no beco. Já com a camisa e soutien no chão do beco João quis sentir as mamas de Inês, começando por lhes tocar provocando em Inês um misto de sensações algures entre o homem que toca nas suas primeiras mamas e aquele que sabe como deixar uma mulher excitada. E isto resultava em arrepios e numa crescente onda de desejo que impedia que quisesse parar.

Foi então que João afastou a sua língua e os seus lábios de Inês. Mas não muito. João dirigiu a sua boca até ao ouvido direito de Inês certificando-se de que ela sentia a sua respiração ofegante na sua pele. Foi então que lhe sussurrou ao ouvido "quero-te tanto", deixando-a completamente rendida. Nesse instante, Inês, com a sua mão direita apertou os cabelos de João e de imediato arrancou-lhe a roupa do corpo. "Tens noção do sítio onde estamos?", disse ela ofegante. "Só tenho noção do quanto te desejo e de que não te vou deixar escapar", disse-lhe. "Para me deixares escapar era preciso que quisesse fugir de ti", respondeu Inês, mordendo suavemente a orelha direita de João enquanto lhe despia as calças e os boxers.

Naquele momento já não existia beco. Para Inês e o João era o espaço que sempre esteve destinado aquela história de amor e logo a um capítulo tão quente. Guiado pelo desejo que não parava de crescer João despiu o pouco que faltava despir a Inês. Inês saltou para o seu colo. João agarrou-a pelas nádegas que apertou com força deixando Inês ainda mais excitada. João encostou Inês à parede e foi beijando o seu corpo enquanto Inês suspirava e gemia de desejo. Os corpos passaram a ser um só. E a sintonia entre ambos era o mais perto que podiam estar da perfeição. No meio do desejo Inês arranhou as costas de João que ficou também ainda com mais desejo. Nada os parava. Nada temiam. Só queriam dar continuidade aquele desejo que ambos sentiam. E assim fizeram até que João e Inês, quase em simultâneo soltaram um suspiro diferente de todos os outros, seguindo de uma respiração ainda mais rápida e ofegante.

Foi então que num momento de lucidez como ainda não tinha tido naquele beco que Inês olhou para o início da rua. E notou na silhueta de alguém que os observava no beco. O desejo deu lugar ao pânico. "João, está ali alguém a olhar para nós", disse. Vestiram-se ambos ainda mais depressa do que se tinham despedido e ficaram quase petrificados sem saber o que fazer. "E agora? Será a Polícia e ficou à espera que acabássemos? Ou, pior ainda, é alguém para nos fazer mal?", disse com medo estampado no rosto.

8 comentários:

  1. Ei tens que avisar que este capítulo não é próprio para ler no local de trabalho!!! Socorro!!
    Muito bom! Continua o bom trabalho. Estou a adorar

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  2. MT bom! E agora fiquei curiosa para saber quem os observava! Cenas do próximo capítulo :) Parabéns!

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  3. Muito bom... Tem ali um quê de "Hoje é melhor do que para sempre", da SD Gold. A cena do beco fez-me lembrar isso. Continua a presentear-nos com estes textos!

    O Pai,
    http://soupaieagorablog.blogspot.pt

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    1. Muito obrigado pelas tuas simpáticas palavras. Sabe bem ler.

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  4. Estou sem palavras... e sim, é um elogio!

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