30.4.19

como é que estas podem ser as 10 músicas mais ouvidas durante o sexo?

Quem diz que nunca pensou numa banda sonora para o sexo está a mentir. Já todos nós estivemos nessa situação. É certo que somos todos diferentes. E aquilo que é bom para mim não tem de ser para os outros. E como me considero um romântico, imagino uma playlist para sexo com artistas como Barry White, Sade, Teddy Pendergrass e por aí fora.

Podem dizer que são músicas lamechas, mas o amor também o é. E na minha modesta opinião, são músicas que melhor combinam com o momento em si. Mas não estou aqui para debater as minhas opiniões pessoais. Ou para fazer delas regra geral. O que não invalida que não fique surpreendido com algumas das músicas mais ouvidas durante o sexo.

O Spotify analisou 2,5 milhões de playlists de músicas para ouvir durante o sexo. O serviço de stream chegou assim à conclusão de que estas são as 10 músicas que as pessoas mais ouvem no mundo quanto estão a ter relações sexuais.

10 - Dreams - Fou De Toi
9 - Talk Is Cheap - Chet Faker
8 - Night Like This – LP
7 - Let's Get Started - Dylan Gardner
6 - Sweet Ophelia - Zella Day
5 - You & Me (Flume Remix) – Disclosure
4 - Magic – Coldplay
3 - Menswear - The 1975
2 - From Eden – Hozier
1 - Intro - The xx

Não sei se sou o único a pensar desta forma, mas existem músicas que não merecem estar nesta lista.

estás mais magro. treinas muito, não é?

Nos últimos tempos diversas pessoas têm dito que estou mais magro. Normalmente associam esse facto ao gostar de treinar e de tentar, ir ao ginásio cinco dias por semana. Algo completamente errado. Muitas pessoas acreditam que o segredo para perder peso está no exercício físico. E enquanto pensarem assim... não vão perder peso.

O segredo para perder peso está na boca. Naquilo que se come. 95% do sucesso para perder peso está numa alimentação saudável. Algo que não deve ser confundido com passar fome e deixar de comer tudo e mais alguma coisa. Basta ter força de vontade para ter uma alimentação regrada. Se isto acontecer, o exercício físico será um grande aliado. Caso contrário, de pouco serve.

Existem pessoas que acreditam que podem comer todas as porcarias e mais algumas só porque andam no ginásio. Isto só fará com que a pessoa não piore muito do ponto de vista físico. O ginásio, por si só, não irá ajudar grande coisa. São necessários alguns cuidados. E caso a pessoa queira trabalhar muito o corpo, os cuidados vão ter de ser ainda maiores.

29.4.19

habemus bond girl

O 25º filme da saga James Bond já tem Bond Girl. Trata-se de Ana de Armas (long suspiro) e acho que Eva Green vai ser destronada do topo da lista das minhas preferências.

o meu filho vai ter de ser tudo aquilo que não fui. a bem ou a mal

Num destes dias estive a ver a reportagem que a SIC fez sobre a violência nos jogos de futebol das camadas jovens. Com cada vez mais jogos em que pais agridem árbitros, insultam miúdos e lutam contra outros pais. Como comecei a jogar futebol (federado) com 12 anos e joguei durante mais de 20 anos, a minha primeira reacção foi: “os pais querem que os filhos sejam o próximo Cristiano Ronaldo”. E foi uma das coisas que acabei por ouvir na peça. E que faz cada vez mais sentido.

Quando era miúdo, Portugal não tinha nenhum jogador mediático à escala de Cristiano Ronaldo. Não existiam redes sociais. E não se falava tanto em dinheiro. Agora tudo é diferente. Os pais cada vez mais acreditam que o futebol é um desporto de milhões, que estão ali à mão de semear para qualquer puto que dá dois toques numa bola. E não basta que o miúdo jogue. Vai ter de ser, à força, um jogador profissional. Vai ter de sustentar a família. Mesmo que não tenha talento.

E os pais ficam tão cegos com esta obsessão que não percebem que acabam por ser o maior obstáculo à evolução do filho. Os meus pais iam ver os meus todos. Mas nunca, em momento algum, o meu pai passou o jogo a dar-me instruções. Não ficava descansado enquanto não os visse antes do jogo começar, mas estavam ali para me apoiar em “silêncio”. Mas mesmo no meu tempo já existiam alguns fenómenos estranhos.

Pais que não perdiam um treino. Que se juntavam a falar de tudo e mais alguma coisa sobre a equipa. Que queriam ser os treinadores e que defendiam que os seus filhos eram os melhores do mundo e arredores. Existia um caso de um rapaz que o pai passava o jogo todo atrás dele (na linha lateral) a dar-lhe instruções e a dizer o que fazer. Perdi conta ao número de vezes que o rapaz dizia que o pai só o atrapalhava. Até que explodiu num jogo e gritou para o pai se calar.

Este é apenas um exemplo que prova que os pais só atrapalham. Os pais podem (e devem) motivar os filhos para que sejam melhores. Mas isto passa pela aplicação nos treinos, pela alimentação (muito importante) e até por aspectos técnicos do jogo. Que podem ser estudados. De resto, podem (e devem) estar presentes nos jogos. Mas se forma silenciosa. Não é a chamar nomes aos miúdos, a ofender outros pais e por aí fora.

Se pensam que isto faz com que os miúdos sejam melhores, podem ter a certeza de que só fará com que sejam piores. Vão ficar tensos e com receio de muitas coisas. Sem esquecer que vão lidar com muitos outros jovens que transformam os pais em piadas de balneário pelo ridículo que são. E nem todos sabem lidar bem com isto. O que faz com que em pouco tempo possam estar a perder o encanto pelo futebol.

Não é por quererem que o miúdo seja o próximo Cristiano Ronaldo que isso irá acontecer. Até porque se fosse fácil, não existia um Cristiano Ronaldo, existiam milhões. E se pensam que o futebol dá milhões a todos, informem-se sobre jogadores de bons clubes que têm largos meses de ordenados em atraso. Transfiram metade da energia dos milhões que desejam para incentivo para que se apliquem nos estudos da mesma forma que se aplicam no desporto. Porque a carreira de futebolista profissional de sucesso será sempre algo apenas ao alcance de poucos. Atentem no número de crianças que jogam no Benfica, Porto e Sporting e vejam quantos chegam a profissionais.

23.4.19

eu, o meu pénis, a cristina ferreira e o programa da cristina

Foi com surpresa que recebi uma mensagem a falar sobre um convite relacionado com O Programa da Cristina. Falaram-me de duas ideias de Cristina Ferreira e deram-me a possibilidade de participar numa reportagem sobre uma delas. Acabei por escolher falar sobre sexo, mas especificamente sobre a relação do homem com o seu pénis. Até porque gostei da ideia da falar abertamente sobre um tema que considero tabu para muitas pessoas.

Devo confessar que ponderei muito bem sobre o convite. Não por ter receio de falar sobre o tema, mas por acreditar que seria muito fácil ser uma piada. Bastava uma frase mal dita, uma edição atrevida e facilmente seria transformado numa piada. Até porque sabia que são seria em directo. Algo que por um lado é bom, mas por outro rouba-me algum controlo. Ainda assim, aceitei. Sem qualquer problema.

O passo seguinte foi uma entrevista por telefone com uma mulher (muito simpática) que nunca conheci pessoalmente. Falámos durante largos minutos sobre sexo. Sobre a minha relação com o meu pénis, com o meu corpo e por aí fora. Se me comparava com outros. Se alguma vez me tinha deixado ficar mal. Se lhe dava nome. Se a minha mulher tinha razão de queixas. Com que idade tinha perdido a virgindade, entre muitas outras coisas como depilação masculina e por aí fora. Respondi a tudo com a mesma naturalidade que responderia à pergunta: "que horas são?". Pelo simples facto de que não olho para a sexualidade como um tabu.

Expliquei que os momentos mais "estranhos" que tive deixaram de o ser em poucos segundos. Um deles foi quando, já adulto, fui ao médico que me acompanha desde criança e que me mexeu no pénis. Outro foi quando fui fazer um espermograma. E rapidamente percebi que era apenas o trabalho deles. E que era tão natural para aquelas pessoas como para mim é escrever textos. De resto, não dou nome ao meu pénis, tal como não dou aos meus braços ou pernas. Não me comparo com outros e sinto-me bem como aquilo que sou e com o corpo que tenho.

Falei ainda de algo que considero curioso. Que passa por, cada vez mais, os homens esconderem o corpo nos balneários dos ginásios. Acabam o treino e vão todos tapados para o duche. De onde já saem tapados. Se é complexo? Não sei! Mas para mim não faz sentido. Sendo que expliquei que desde miúdo que jogo futebol e que sempre foi natural para mim estar nu perto de outros homens. Como se nada fosse. Sendo que a nudez também nunca foi tabu na minha casa. Sempre vi os meus pais sem roupa, com a maior naturalidade do mundo. Falei ainda do mito da importância do comprimento e da forma que o meu pénis tem impacto na minha vida.

Em traços gerais, esta foi a conversa que tive ao telefone. Sendo que fui entrevistado, já em vídeo, por outra pessoa. Que acabou por me fazer perguntas um pouco diferentes, mais ligeiras e mais divertidas. Algo que não teve qualquer problema. Mas que acaba por retirar alguma "importância" a tudo aquilo que tínhamos falado ao telefone e que considero importante para acabar com tabus.

Por exemplo, perguntaram-me se "mexia nele" ou algo do género. Respondi que mexia nos testículos, como qualquer homem deve fazer, para tentar detectar algo fora do normal e para ajudar a prevenir o cancro testicular. Quem viu a reportagem ouve apenas "mexo algumas vezes". O que não tem nada de errado, mas que acaba por levar a pessoas a pensar algo que não disse e que passa pela masturbação.

Ao telefone também disse que considero que o sexo ainda é tabu, pois as pessoas não falam abertamente sobre nada. Têm receio de tudo e isso fica provado pelo que vou dizer agora. É uma pequena inconfidência que não faz mal a ninguém. Depois de responder às perguntas (pelo telefone) disseram-me que ninguém aceitava o convite. Homens conhecidos, bloggers e anónimos. E isto mostra que o tema ainda é tabu para muitos homens.

Em jeito de balanço, estou feliz com a minha modesta contribuição para o tema. Agradeço o convite que me foi feito e estarei sempre disponível para este tipo de coisas. E o maior elogio que posso receber é ter os meus amigos homens e dizerem que estive bem a falar do tema em questão. Aproveito ainda para agradecer a Cristina Ferreira por pegar em temas sérios, torná-los um pouco mais ligeiros e fazer com que as pessoas falem de algo que deveria ser completamente natural.

17.4.19

notre-dame, moçambique e todo o mal do mundo no mesmo saco

Começo por dizer que cada vez menos uso o Facebook. Posso mesmo dizer que até já pensei encerrar as minhas contas nesta rede social. E o motivo é só um: não aguento tanto ódio. Esta rede social transformou-se numa espécie de batalha campal em que todos são heróis, donos da razão e os maiores do mundo. Algo que consegue ser assustador.

E como seria de esperar, com o incêndio de Notre-Dame não poderia ser diferente. Já perdi conta aos comentários de ódio relacionados com os apoios financeiros que estão a ser dados para reconstruir a catedral. E que têm como base de comparação a tragédia de Moçambique. Algo que, na minha modesta opinião, não faz qualquer sentido.

Lamento, mas não posso comparar as duas situações. Se isto significa que entenda que uma das tragédias é mais importante do que a outra? Não! Simplesmente, são diferentes. Se me choca que existam apoios para Notre-Dame? Não! Se me choca que o drama de Moçambique passe ao lado de tantas pessoas? Também não. Num cenário ideal, ambas as tragédias teriam o maior e melhor apoio possível. Mas não me peçam para olhar para Notre-Dame como um mero edifício sem qualquer história. Recuso-me a fazer aquilo que considero um grande erro. Porque espaços como Notre-Dame nunca serão apenas meros edifícios. O problema é a falta de cultura que faz com que muitas pessoas não entendam o peso de espaços como aquele.

O que gostava de perceber é aquilo que essas pessoas, que acusam quem está a dar dinheiro a Notre-Dame, já fizeram para mudar o mundo. Ajudaram na tragédia de Moçambique? E na de tantos outros países? Deixaram de comprar roupas e objectos feitos por crianças? Não comem carne de animais que são maltratados em vida? E poderia ficar aqui horas a dar exemplos de tragédias  e problemas das mais diversas dimensões. Que vão sempre ser menores ou maiores aos olhos de quem as vê.

E nunca as pessoas vão conseguir olhar para todas as tragédias com os mesmos olhos. O que é normal. Aquilo que as pessoas podem fazer é olhar para o espelho antes de acusar este ou aquele. E perceber se fizeram aquilo que acusam os outros de não fazer. Ou será que só os outros é que têm a obrigatoriedade de mudar o mundo ao ritmo dos nossos desejos?

4.4.19

peço desculpa, mas o futebol não é o momento

Poucos são aqueles que gostam de ter memória no futebol. “Futebol é o momento”, defendem. E não concordo com isto nem um pouco. Estou a recuperar este assunto depois da derrota do Benfica em Alvaldade, para a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal. E porque isto deu origem a muitos comentários, nas redes sociais, a criticar Bruno Lage. Como prefiro ter memória, vou usar a mesma neste momento.

Bruno Lage pegou numa equipa mentalmente destruída. O Benfica de Rui Vitória (deste época) não praticava um bom futebol. Os reforços não se destacavam e mesmo aqueles que já cá estão há muito jogavam mal. Até que chegou Bruno Lage, o treinador que muitos acreditavam orientar a equipa até chegar alguém com mais experiência.

Com os mesmo jogadores, Lage conseguiu meter o Benfica a praticar bom futebol em pouco tempo. Até ao momento conta apenas com três derrotas e de sete pontos de atraso, passou para líder do campeonato. Pelo meio, conseguiu ir ganhar a Alvalade e ao Dragão, em partidas a contar para o campeonato. O novo treinador do Benfica recuperou jogadores, deu vida a uns que pareciam perdidos e melhorou ainda mais aqueles que estavam em lugar de destaque. Sendo que teve a coragem de apostar em jovens jogadores, algo aprecio bastante.

Se tudo tem sido perfeito? Não! Se o jogo que ditou a eliminação da Taça de Portugal foi bom? Também não. Mas mesmo nas exibições menos conseguidas, vejo uma equipa com fio de jogo. Jogadores que raramente se desorganizam quando antigamente poucas eram as vezes em que estavam organizados. E é por isto que recuso perder a memória e colocar tudo em causa por causa de um jogo que foi decidido num lance individual de Bruno Fernandes, um grande jogador.

Já tinha dito nas minhas redes sociais e volto a dizer. Não sei se o Benfica irá ser campeão este ano. E posso dizer que não acredito nisso por motivos que não merecem ser partilhados aqui. Mas nada disto tira brilhantismo ao trabalho de Bruno Lage. Que pegou numa equipa sem rumo e sem confiança. Este trabalho não perde relevância por um ou outro jogo menos bom. Ou por um ou outro erro, que fazem parte do futebol e que são comuns a todos os jogadores e treinadores.

De resto, e enquanto benfiquista, gostava muito que o Benfica fosse campeão este ano. Porque há muito que não assistia a uma campanha de ódio deste dimensão no futebol português. E sobre isto também não vale a pena alongar-me. É o que é. Vende quem quer, compra quem quer. Sendo que voltamos à falta de memória nestes momentos.

1.4.19

este estranho ritual laboral que quase parece ser obrigatório

Não sei se é por passarem muito tempo nos locais de trabalho, mas fico com a ideia de que as pessoas confundem cada vez mais os conceitos de amizade. E estou a juntar a amizade às relações profissionais porque parece que existe um ritual laboral que quase parece ser obrigatório. E que passa pela amizade virtual.

Hoje em dia, uma pessoa chega a um emprego novo e uma das primeiras “tarefas” passa por estabelecer amizade virtual com todos os colegas. Como se o novo emprego fosse sinónimo de amizade com pessoas que se conhecem há cinco minutos e com quem se trocou duas ou três palavras. É disparar pedidos de amizade em tudo e mais alguma coisa. É no Facebook, é seguir no Instagram e Twitter, se existir. E em todas as redes sociais possíveis e imaginárias.

Parece que é obrigatório ser amigo das pessoas com quem se trabalha. Mesmo que não exista uma relação que vá além do profissional e cordial. E mal daqueles que não entram nesta onda. “Aquele(a) não aceita o meu pedido de amizade porquê?”, perguntam. E depois criam teorias em torno disto. Quando são amigos, surgem novos problemas.

“Já viste o que aquele(a) escreveu? De certeza que é uma boca para fulano ou sicrano!” E está assim montada uma telenovela venezuelana dobrada em brasileiro, que passa na televisão à hora de almoço. Comecei por dizer, no título, que é um estranho ritual laboral. E mantenho esta opinião. Porque não sou obrigado a ser amigo de todas as pessoas com quem trabalho. Tal como não tenho que saber detalhes pessoais das suas vidas nem eles das minhas. E, por mais que algumas pessoas confundam as coisas, as redes sociais pessoais não são ferramentas de trabalho. Para ninguém e em lado nenhum.