Já tinha dedicado um texto ao Supernanny. Na altura, centrei-me na exploração infantil, que ainda considero ser o foco principal e aquele para onde as pessoas olham consoante o jeito que dá. Dois programas depois, continuo sem perceber onde está o drama!
No programa de ontem assisti a algo que será um dos principais problemas dos pais. E refiro-me à desautorização que um dos pais dá quando o outro está a castigar. E vi o tema ser tratado com serenidade. Tal como vi a nanny impedir que a mãe confrontasse a filha num momento que levaria a uma discussão.
É certo que ninguém gosta de ver crianças a chorar, a berrar e até a bater nos pais. Mas quantos filhos "perfeitos" não fazem isto em locais públicos? Como diz uma amiga, "também dizia que os meus filhos nunca haveriam de fazer birras, até ao dia em que o meu filho se sentou no chão do centro comercial a chorar".
Aquilo que vejo no programa deverá ser comum a muitos pais. E tenho a certeza de que muitos cometem os mesmos erros. E talvez possam aprender um pouco com o programa. Aprender a fazer coisas básicas como um plano de tarefas para a família.
Volto à exploração infantil. São os pais que escolhem participar no programa. Mas esta decisão é mais condenável do que os pais que usam os filhos para ganhar dinheiro? Ou roupas e produtos para os mesmos? Não é igualmente exploração?
E não percebo o drama quando a maioria das pessoas fica contente com as discussões e agressões nos Big Brothers e com as cenas de sexo nos Love on Top. É engraçado ver a jovem de joelhos no WC enquanto os colegas aplaudem o sexo oral mas é condenável ver uma criança a fazer uma birra na televisão? É condenável ver a criança no "cantinho da pausa" na televisão mas é porreiro obrigar o filho a tirar fotografias a troco de três camisolas de uma marca catita?
Recuso entrar no autocarro do ódio ao programa apenas porque é moda falar dele. Num panorama geral, não percebo o drama. E muito me espanta determinadas origens de críticas.