Num destes dias, e num meio mais pequeno, ouvia o desabafo de um senhor mais velho em relação ao final da relação de uma filha. Contava o senhor que o genro tinha levado uma amante para casa e que tinha sido apanhado em flagrante com outra mulher na casa e na cama do casal. Era notório que o homem estava muito em baixo com aquela situação. Mas, por outro lado, revelava alguma satisfação no facto de ter sido o genro a estragar tudo e não a filha. “Pelo menos ela foi uma mulher séria”, dizia.
Entre outras coisas o homem lá foi dizendo que tinha feito os possíveis para que a filha tivesse uma boa formação e que seguisse o seu sonho, algo que aconteceu. E para aquele homem também tudo corria bem na relação. Pelo menos na sua perspectiva e na de "todas" as pessoas que procuram uma relação. Namoro, casamento e filhos. E para aquele homem a traição e o final da relação significam uma falha no seguimento natural da vida. Era notório que aquele homem sentia que tinha falhado. Nas suas palavras ficava evidente que sentia que tinha errado em algum momento para que aquele cenário tivesse acontecido.
E uma coisa não tem nada a ver com a outra. Aquele homem não é melhor ou pior pai porque a relação da filha correu mal. Tal como não seria melhor ou pior pai caso tivesse sido a filha a trair o companheiro. É uma relação que falhou e que chegou ao fim. Como tantas outras. E o motivo disso só poderá ser explicado pelo casal. De resto, acho que não se pode retirar da equação ser um meio mais pequeno e também uma pessoa de outra geração que ainda olha para uma relação falhada como uma falha irreparável na vida. E também para a forma como as pessoas são olhadas na rua num espaço mais pequeno onde tudo se sabe.
Óbvio que os pais querem o melhor para os filhos, inclusive na relação conjugal.
ResponderEliminarMas hoje nada é impossível, e ele não pode culpar-se de ter falhado na educação da filha.
Certamente, com o tempo vai aceitar e perceber que ele não falhou em nada.
Acho que tem a ver com o meio e com outra mentalidade.
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