a morte à distância de uns quantos murros

Li a notícia da morte de João Carvalho na sequência de um combate de Artes Marciais Mistas, conhecidas como MMA. Confesso que a notícia não me espantou. Porque, não sendo um grande fã deste desporto, já vi combates assustadores, com maior ou menor duração, onde se destaca uma violência brutal. Aliás, o que me espantou mais foi saber que se trata “apenas” da quinta morte na sequência de um combate.

Depois da notícia surgiu o vídeo. Ouvi falar do vídeo, da violência do mesmo e fiquei com receio de assistir ao combate. Mas lá acabei por ver e voltei a não ficar espantado. Mais uma vez porque já vi combates com ainda mais violência mas que felizmente tiveram outro final. Até mesmo na parte em que o lutador português está a ser esmurrado, no final do combate, consigo não ficar espantado porque existem muitos combates assim.

Há quem culpe o árbitro. Há quem ofenda a modalidade. Há quem culpe outras coisas. O pouco conhecimento que tenho das regras leva-me a acreditar, e também tendo por base as palavras de pessoas da equipa do português, que não se pode culpar o árbitro deste triste acontecimento. Nem se pode culpar a modalidade, porque tudo foi cumprido como mandam as regras. Até porque todos os atletas sabem o risco que correm ao participar num desporto destes em que a violência com que se lida não está ao alcance de qualquer pessoa.

É um desporto com muitos riscos. E há quem esteja disposto a correr os mesmos. Quer seja pelo dinheiro que pode valer um combate, pelo gosto pela modalidade, pelo encanto pelas artes marciais ou por outro motivo qualquer. Tudo é válido. E tenho a certeza de que qualquer lutador de MMA sabe que corre risco de vida sempre que dá início a uma luta.