No último texto perguntei quais as três coisas que aumentavam a felicidade de uma pessoa. O que me levou a pensar nesta questão foi uma notícia que li ontem. Uma notícia daquelas que acaba por ser um verdadeiro murro no estômago e que nos leva a pensar na vida com outros olhos. Se pensar na questão que partilhei no blogue, penso em coisas como ter sempre saúde. Tal como os meus. Posso pensar também em aspectos pessoais e profissionais. Mas haverá sempre um momento em que irei pensar num ou noutro bem ou aspecto. Coisas que até podem não contribuir para a minha felicidade pessoal.
Por outro lado, não vou pensar em coisas que adoro fazer mas que são banais. São coisas tão banais que nem me passam pela cabeça. Não me irei lembrar de dizer continuar a jogar futebol, de referir almoços e jantares em família ou passeios a dois na praia. Não vou pensar nisto porque são coisas que tenho como adquiridas na minha vida. Apesar de contribuírem, e muito, para a minha felicidade e realização pessoal, acabam por ser desvalorizadas no momento de elaborar uma lista. Até que tudo muda. E tudo mudou quando conheci a história de Marie Fenn.
Marie Fenn é uma jovem inglesa de 25. Que foi ao médico ao sentir dores semelhantes às da menstruação. Na altura, ficou a saber que tinha cancro no fígado e pâncreas. E foi informada de que tinha apenas dois meses de vida. Felizmente, já passaram sete meses. Marie Fenn até já voltou ao seu local de trabalho. Porém quando soube que tinha dois meses de vida, decidiu criar uma lista onde constam os seus últimos desejos, aquilo que a faz feliz.
O primeiro tópico da sua lista era o casamento com o amor da sua vida. Algo que já foi riscado da lista porque já aconteceu. Outra das coisas era estar com Lewis Hamilton, piloto de Formula 1, algo que também já realizou. De resto, da sua lista fazem parte coisas como ver neve e comer um gelado na praia. Além disso, passou a fazer voluntariado e aconselhamento a pessoas que tenham um diagnóstico igual ao seu.
Voltando à lista, Marie Fenn diz que são coisas que as pessoas tomam como garantidas. E isso é um facto inegável. Quem é se lembra de escolher comer um gelado na praia para uma lista de coisas que nos fazem felizes? Ou mesmo ver neve? Trata-se de uma pessoa a quem foi dado um prazo de vida. Uma jovem que acredita (espero que sim) que vai vencer a doença. Mas tudo isto dá-lhe uma clareza que as pessoas “saudáveis” não têm. E clareza que comprova que a felicidade está em coisas muito mais simples e baratas do que determinados bens materiais com que muitas pessoas sonham.
Embora o meu diagnóstico não tenha prazo, eu preciso de me curar, acho que a saúde está acima de tudo para nó spodermos realizar depois, as pequenas coisas que constituem a felicidade- Sem saúde... enfim.
ResponderEliminarEspero que o faças em breve.
EliminarHá dois anos (nem sabia que tinha sido há tanto tempo) tive uma rubrica no blog que se chamava "Coisas boas da vida", pedi às pessoas que seguem o meu blog para me enviarem as coisas que as faziam felizes e bem, foi bonito constatar no fim que o mais simples é o que nos faz melhor =)
ResponderEliminarO que aconteceu com o meu pai e com a minha mãe mudou a perspectiva que tenho da vida.
EliminarPodia tanto dizer te sobre isto, neste momento da minha vida, mas por aqui não o posso fazer. Adelaide
ResponderEliminarSabes onde me "encontrar" caso queiras.
EliminarSei sim, obrigada.
EliminarCá estou!
EliminarPois é, há que viver cada momento com intensidade, como se fosse o último.
ResponderEliminarTive um caso grave de saúde bem coladinho a mim, felizmente já lá vão 9 anos, correu bem...mas fez-nos mudar, saborear a vida de outro modo, alterar a alimentação, olhar o mundo de outra maneira.
Percebo-te bem. Isso muda tudo.
EliminarÉ triste aprendermos a dar valor à vida, gozar as coisas simples, até aí banais, à custa de um valente abanão.
ResponderEliminarOuvi há tempos uma entrevista com um médico que dizia ter surgido uma nova patologia, a chamada "doença do envelope". Estás a ver o que é, não estás? Isso mesmo! Fazem-se exames de rotina, não há sintomatologia indiciadora de que algo está errado, nem queixas, nada, só que aberto o envelope, e numa fracção de segundos, o mundo desaba. E essa fracção de tempo que faz toda a diferença, que muda de forma radical a forma de ver/viver/estar no mundo.
É triste que esta seja (quase) a única forma de dar valor ao que se tem, mas é mesmo assim.
Sou uma das pessoas que mudou a forma de ver a vida devido a sustos com familiares.
EliminarNão podia concordar mais.
ResponderEliminarObrigado.
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