Cresci e vivo num concelho em que as celebrações do 25 de Abril são vividas de forma bastante intensa. E até soa estranho realçar esta intensidade pois é uma data que não pode passar ao lado de qualquer português. Pelo menos daqueles que tenham memória e interesse pela história de Portugal. Se há data que nos diz muito é o 25 de Abril.
Um dos momentos de que mais gosto ao longo do ano é de chegar a meia-noite de hoje e estar na Baía do Seixal a olhar para o espectáculo de fogo-de-artifício que costuma culminar com um barco a “arder” onde se lê “25 de Abril Sempre”. Gosto ainda da fartura (que não dispenso) e dos jantares, como acontece este ano na renovada Mundet Factory, que veio dar vida a um espaço marcante do concelho onde vivo.
Estes são os ingredientes da minha noite. Mas o simbolismo da mesma vai muito além de tudo isto. Porque é impossível não pensar no preço que algumas pessoas tiveram de pagar para que existem coisas tão simples como estar à conversa na rua com um grupo de amigos ou algo tão básico como ter uma opinião e poder partilhar a mesma com todas as pessoas, como faço no blogue. Isto é um bem adquirido para todas muitas pessoas. Que não se lembram que não é preciso recuar muito no tempo para encontrar uma realidade completamente diferente.
Nesta noite, e com o passar dos anos isto nota-se cada vez mais, vejo muitos adolescentes que querem é beber uma cerveja, meter-se com miúdas e gozar com alguns amigos ou com pessoas que não conhecem de lado nenhum. Outros querem apenas saber dos concertos dos Deolinda e do Agir. Há também quem goste do fogo-de-artifício. Secretamente desejo que além destes motivos exista o entender da importância de tudo aquilo que se celebra. O perceber o motivo pelo qual se ouve a música Grândola, Vila Morena antes do espectáculo pirotécnico.
Existem coisas que se perdem com o passar dos anos. É um dos preços da evolução. Mas existem coisas que não deviam ser ignoradas nem esquecidas. E o motivo pelo qual hoje festejamos a liberdade é algo que nunca poderá ser esquecido. Obrigado a todos aqueles que fizeram parte de uma revolução que mudou a história de Portugal.
Gostei do texto. Aqui no Barreiro, a data também é sempre bem festejada. A festa ali no Parque da Cidade, do outro lado da Baía do Seixal, sempre nos deixa ver o vosso fogo de artifício.
ResponderEliminarPenso que é tarefa de todos nós, pais, avós e professores, ensinar aos mais novos, o que era o país antes do 25 de Abril, para que saibam distinguir a diferença. Na escola da minha neta, fizeram-no e pediram aos alunos para fazerem
trabalhos sobre a data.
Um abraço
É mesmo uma tarefa de todos nós!
EliminarAbraço