Nos últimos dias muito se tem falado de Maicon, jogador do Porto. Não tanto pelo erro cometido no lance do segundo golo (e aquele que dá a vitória ao Arouca) mas pela forma como abandonou o campo na sequência desse lance. Ainda por cima sendo ele o capitão do clube. Quem não liga a futebol pode estranhar o ruído em torno desta situação. Quem aprecia olhará para a forma como abandona o terreno de jogo com muitas críticas. Que não dependem da cor que cada qual defende. O mesmo seria dito do capitão de qualquer outro clube.
O capitão deve ser o último a abandonar o barco, neste caso a equipa. Deve ser o primeiro a tentar elevar a moral de um conjunto de pessoas desmotivadas. E Maicon, ao atirar a toalha ao chão, não fez isso. Pode dizer-se que estava lesionado. Podem ser ditas mil e uma coisas mas acredito que foi um acto irreflectido do jogador e também um reflexo da forma como hoje os jogadores vivem o futebol e o peso das camisolas que vestem.
Vítor Baía, símbolo do clube, já recordou o episódio de João Pinto, antigo capitão do clube, que obrigou os médicos a dizerem que estava apto para um jogo quando tinha um dedo do pé partido. Recordou o guarda-redes que o jogador rasgou a bota para suavizar o contacto com o dedo e que pintou a meia de preto para que o árbitro não percebesse que tinha a bota rasgada. Haverá quem ache que João Pinto é que foi parvo ao fazer isto e que Maicon é que esteve bem ao sair do campo assim que sentiu uma lesão. Mas também haverá quem condene uma atitude (Maicon) e elogie a outra (João Pinto) e estou no último grupo.
Um capitão, especialmente em clubes como o Benfica, Porto ou Sporting, tem de ser um exemplo. Tem de ser o último a cair. Tem de ser o primeiro a levantar-se. Tem de ser o grito da revolta. Tem de ser a fonte de moral de todos os outros que olham para si como exemplo e que tanto desejam ter a braçadeira no seu braço. Por outro lado isto é cada vez mais raro. Nos dias que correm, e para a maioria dos jogadores, o peso da camisola é medido pelos euros que entram na conta bancária ao final do mês. Nos dias que correm o eu é mais importante do que o nós. E, talvez o maior pecado que os jogadores cometem, muitos pensam que o nome nas costas é mais importante do que o símbolo no peito. E isso nunca poderá acontecer. Em nenhum clube, por mais modesto que possa ser.
A atitude do Maicom é incompreensível. Mostra uma falta de dedicação ao clube e vê-se que a atitude não caiu bem no balneário. Acho que os clubes deviam ter mais cuidado ao escolher os capitães. Não pode ser qualquer um a ter esta responsabilidade.
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Se eu fosse treinador deixava de contar.
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Vi o jogo, vi a atitude dele, e comentei com o marido. Se eu fosse o Treinador do Porto, ele não jogava mais no clube. Claro que sou adepta do Porto, mas se visse aquela cena noutro clube diria a mesma coisa.
ResponderEliminarUm abraço
Um capitão não pode fazer aquilo.
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Em 46 anos de vida não me lembro de sentir tanta vergonha...este último ano e meio tem sido um pesadelo e o pior é que acho que ainda vai piorar antes de melhorar...somos um barco sem comandante ao leme...perdemos o norte...
ResponderEliminarSó acho estranho aquilo acontecer com o Pinto da Costa lá. Acho que para os portistas esse é que deve ser o sinal de preocupação.
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