histórias de amor que não compreendo

Existem algumas histórias de amor que não consigo compreender. Por mais que tente. E estas histórias envolvem pessoas e carros. E não me estou a referir aquelas pessoas que lavam o carro duas vezes por semana e que passam o fim-de-semana a polir a viatura. Refiro-me mesmo aquelas pessoas que devem amar tanto o carro que só não o levam para casa porque não cabe no elevador. Como tal, deixam-no estacionado o mais perto possível do prédio.

Pode existir um perfeito lugar de estacionamento a dez passos da porta que isso é muito longe. Como tal o carro tem de ficar parado em cima do passeio, numa zona onde não se deve estacionar, bem coladinho à porta do prédio. Assim a distância entre pessoa e carro acaba por ser menor e mais fácil de suportar. 

Estes apaixonados têm também outro comportamento semelhante. Na hora de ir ao café tomar o pequeno-almoço deixam o carro mal estacionado, a “tapar” outros carros (estes bem estacionados), porque não conseguem levar o mesmo para o interior do café. Mais uma vez a distância fica mais curta e mais fácil de suportar.

Existem histórias de amor que não consigo mesmo compreender. Estas provavelmente estão no topo da minha lista. E chamar história de amor a este comportamento é apenas estar a ser simpático porque na realidade o nome a dar seria outro. Mas fico-me pela história de amor entre pessoas e carros.