Por pior que seja o ano nunca gosto de dizer que foi mau. É mais ou menos como aquela perspectiva com que se olha para o copo, dizendo que está meio cheio ou meio vazio. E sou dos que preferem sempre a primeira opção. Este foi um ano atípico para mim e para os meus mas recuso a ideia de um mau ano. Prefiro dizer que talvez tenha sido menos bom. Mas sempre bom.
Para trás fica a lesão mais grave das muitas que já tive e uma das mais graves a nível desportivo. Operação, fisioterapia e um medo que ainda me acompanha numa altura em que já se passaram quase oito meses desde a intervenção cirúrgica à ruptura do tendão de Aquiles da perna direita. Profissionalmente faço parte de um grupo de pessoas (talvez seja assim em todas as profissões) para quem cada dia é uma luta de sobrevivência. Não é por acaso que a minha profissão foi considerada a pior do ano, isto com base em muitos factores, e as recentes notícias sobre diferentes publicações comprovam que não está fácil. Mantendo a perspectiva optimista, pego no "não está fácil" para me obrigar a ser melhor profissional diariamente.
A nível familiar os últimos tempos também não têm sido fáceis. Imprevistos atrás de imprevistos e o coração sempre nas mãos. Relendo o que escrevi até este momento talvez mudasse de opinião para dizer que o ano está a ser mau. Mas, relendo as vezes que forem necessárias, prefiro continuar a dizer que talvez tenha sido menos bom. Agradeço a 2015 o que me ensinou, sobretudo nos quatro meses que me deram muito que pensar, que me ensinaram muitas coisas e que me deram a conhecer melhor muitas pessoas. E agradeço porque acredito que este ano fez de mim melhor pessoa. Sinto que dei um salto na direcção certa e isso talvez não tivesse sido possível sem alguns momentos menos felizes. Porque é em determinados momentos que vemos as coisas com a clareza necessária e que por norma (e infelizmente) nos falta noutras alturas.
Também não ignoro que a forma como lido com os obstáculos que vão surgindo no caminho têm por base aquilo que os meus pais me transmitiram e também o núcleo familiar forte e coeso que tenho. Se fosse o Asterix esta seria a minha poção mágica. É tudo isto que faz com que recuse ceder aqueles momentos que nos prendem em locais escuros. E que ninguém duvide de que, por maior que seja o problema, é sempre mais fácil lidar com ele quando existe tudo isto. Quando se roda a chave, abre a porta e temos uma mulher extraordinária em casa. Quando, por pior que seja o cenário, existem pais que dizem que "tudo se resolve". Quando existe uma irmã fantástica que nos dá a sobrinha mais espectacular do mundo. Quando existe uma família - obrigado a todos - que está lá para o que for necessário. Por tudo isto não posso dizer que 2015 foi mau. Porque não foi.
E agora que venha 2016. Que para já leva o nome de "ano do desconhecido". Pouco sei em relação ao que aí vem. Sei algumas coisas que desejo. Sei de outros momentos felizes que vão ter lugar ao longo do próximo ano. Sei também que irá trazer uma grande novidade para mim. Algo desconhecido, inesperado mas que está a saber muito bem. Vamos a isso 2016 que as mangas já estão arregaçadas!
Que o melhor de 2015 seja o pior de 2016 :)
ResponderEliminarTudo a correr pelo melhor para ti e para os teus.
Beijinhos.
Espero o mesmo para ti e para os teus :)
EliminarBeijos
Tirarmos partido de tudo o que vivemos, o bom e o menos bom, é o caminho, o tal que conduz ao crescimento enquanto pessoas.
ResponderEliminarQue o 2016 seja cúmplice nesse concretizar de sonhos e projectos, que a família linda que tens continue a ser o esteio que faz a diferença.
Beijinho.
É mesmo isso que dizes. Que seja um ano extraordinário em todos os aspectos.
EliminarBeijos
Bom ano : )
ResponderEliminarÊ mais um cliché, mas é preciso provar o amargo para dar valor ao doce.. ; )
Mantenha as suas prioridades pq estão certissímas ; )
Nem mais! :)
EliminarPrefiro ser tratado por tu, pode ser?
Pensa que já passou e que certamente tiveste bons momentos e aprendeste algo com os menos bons :)
ResponderEliminarClaro que sim :)
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