21.12.15

evorar

Gosto de fins-de-semana assim, em que não sei para onde vou. A minha mulher já me tinha dito para não marcar nada para os dias 19 e 20 de Dezembro. Mas não me disse mais nada. Até chegar a data não sabia o destino. Até que soube que íamos passar o fim-de-semana a Évora. Fomos, como gosto de dizer, evorar que é o mesmo que passear por uma cidade alentejana que adoro. Quando soube o destino fiquei sem saber onde ficaria instalado.

Já em Évora soube que o hotel escolhido tinha sido o M´Ar de Ar Muralhas. A minha mulher já conhecia o grupo enquanto para mim tudo foi uma novidade. E não poderia ter ficado com melhor impressão. Destaco a simpatia e cortesia dos funcionários. Quanto ao hotel, que não é muito grande, está muito bem decorado. Parabéns a quem o decorou. O quarto é espaço e igualmente bem decorado. A vista é um claro sinal mais para o hotel e fiquei com a vontade de voltar no Verão pois a piscina deixou vontade para isso mesmo.

Vista do quarto

Évora é daquelas cidades óptimas para visitar a pé. Até porque o estacionamento no centro não é propriamente fácil. Aquilo que aconselho é o que nós fizemos. Depois de estacionar o carro fomos até ao posto de turismo que fica na Praça do Giraldo, onde nos deram um mapa (gratuito) com os locais a visitar na zona histórica. Em cerca de duas horas (e com calma) está tudo visto. Percorrer aquelas ruas, conhecer cada canto das mesmas e entrar nas lojinhas é algo que sabe muito bem. Ainda para mais nesta altura do ano. Para almoçar descobrimos um espaço das Bifanas de Vendas Novas, situado na rua Romão Ramalho (perto da Praça do Giraldo). É um daqueles espaço que passa despercebido por fora mas que é muito bonito por dentro. Estava cheio e as bifanas são muito boas, são daquelas que não enganam. Como ainda tínhamos tempos fomos visitar os Cromeleques dos Almendres, a cerca de quinze quilómetros de Évora.

Templo de Diana

Praça do Giraldo

Évora

Menir 

A surpresa da minha mulher incluía também um jantar. Na Tasquinha do Oliveira, um local que desconhecia. Quando me foi dito onde íamos procurei informação sobre o mesmo. Encontrei que era dos melhores sítios para comer em Portugal. Que tinha apenas quinze lugares e que era uma experiência gastronómica imperdível. Li também algumas críticas negativas. Que o dono “impingia” entradas caras e que não dizia o preço das mesmas. Entre outras coisas como mau atendimento. Esqueci as críticas e concentrei-me nos elogios, em maior número, que me fizeram colocar a fasquia bem no topo, fazendo com que fosse fácil ser desiludido.

Quando chegámos fomos recebidos pelo sr. Manuel Oliveira, o proprietário. E a entrada é algo que conquista imediatamente o cliente. Espaço pequeno. Decoração ao estilo de um bom restaurante português e música ambiente. Uma vantagem que adoro é ser pequeno. Passado pouco tempo estava cheio e todas as pessoas conseguiam conversar ao mesmo tempo que ouviam a música ambiente.

Tasquinha do Oliveira

Uma das críticas que tinha lido estava relacionada com as entradas. Quando nos sentámos já estavam três na mesma. Mas, contrariamente ao que li não nos fomos obrigados a ficar com elas. Manuel Oliveira explicou o que estava na mesa e trouxe a ementa, perguntando se queríamos ficar com aquelas ou trocar por outras. Acrescento que na ementa estava o preço de tudo. Não ficámos com nada do que estava na mesa e escolhemos duas entradas quentes (pataniscas de bacalhau e ovos de codorniz com paio) e uma fria (favas com chouriço). As pataniscas são um clássico. Não provar as mesmas é um crime. Provavelmente foram as melhores que comi até hoje. Finas e perfeitas. Para dar uma ideia foram servidas num prato com um guardanapo. Quando foram passadas para os pratos o guardanapo ficou imaculado. Os ovos não ficaram atrás das pataniscas e as favas com chouriço também estavam deliciosas.

Entradas

O atendimento de Manuel Oliveira foi irrepreensível. E posso dar mais um exemplo de que não força a venda de comida porque foi o próprio que sugeriu que depois das entradas dividíssemos um arroz de pato pelos dois em vez de virem dois para a mesa. Por falar em arroz de pato, é outro dos clássicos da casa e quem é fã desta iguaria não pode deixar de o provar neste espaço. Tudo isto foi acompanhado por pão de qualidade e regado por um Foral de Évora 2011, um vinho com o selo de qualidade Cartuxa. O espaço é pequeno mas tem um carta de vinhos de fazer inveja a muitos restaurantes maiores. Talvez por ser apreciador não concebo um bom restaurante sem uma boa carta de vinhos. Acho que uma coisa obriga à outra.

Sobremesas

Se escolher a comida não é fácil é igualmente complicado escolher as sobremesas. Pelo menos para mim pois a minha mulher apaixonou-se de imediato pela sericá (sericaia) que além da tradicional ameixa foi também servida com romã. Estava indeciso (e Manuel Oliveira apercebeu-se disso) e acabei por escolher o sorvete de limão, acompanhado por doce de romã e por romã. Um verdadeiro foodgasm e a sobremesa ideal para terminar uma refeição. A minha dúvida em relação à sobremesa fez-me hesitar em relação ao arroz doce. Manuel Oliveira ofereceu-nos um pouco de arroz doce, um gesto bastante simpático. Para terminar bebi um café que é muito melhor do que o habitual café servido nos restaurantes e que vem para mesa com um açucareiro. E tive a oportunidade de testemunhar que Carolina, mulher de Manuel Oliveira, continua a espalhar magia na cozinha. Podia dizer que esta experiência gastronómica (que recomendo a todas as pessoas que tenham essa possibilidade) é cara mas estaria a mentir. É um preço mais do que justo para a qualidade da comida e serviço. É uma experiência a repetir. No dia seguinte ainda fomos visitar Monsaraz. Um local de rara beleza e que se visita em pouco tempo. Misturando tudo isto ficou a vontade de voltar em breve. Um grande e especial obrigado à minha mulher que preparou tudo isto. Amo.te Muito!

Monsaraz

We´ll always have Évora

4 comentários:

  1. Um post muito interessante, no qual fiquei a conhecer melhor Évora, cidade que conheço mal.
    Vejo que foi um fim de semana em cheio e sobretudo muito feliz. E isso é o mais importante da vida. Votos de que esse amor, e essa felicidade se prolonguem por muitos e bons anos.
    Um abraço

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    1. O mais importante é a companhia da minha mulher. O destino não importa.

      beijos

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  2. Por acaso é cidade que nunca visitar mas que me desperta curiosidade.

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