Sempre imaginei um laboratório como um
local pacato. Não no sentido de ser o maior aborrecimento do mundo mas sempre
imaginei ser um sítio onde, independentemente de certamente existir tempo para
brincadeiras, as coisas têm de ser levadas mais a sério. Isto porque, pelo
menos é nisso que acredito, os erros devem ter uma dimensão consideravelmente
maior do que noutras profissões.
Não sei se a minha ideia corresponde à
realidade mas é aquilo que imagino. Talvez por olhar para os laboratórios com
um ar bastante sério. Mas, ao que parece estou errado. Sobretudo quando estão
presentes mulheres num laboratório. E quem o diz é Tim Hunt, agraciado com um
Nobel em 2001. Segundo o próprio, quando existem mulheres em laboratórios
acontecem três coisas.
“Três coisas acontecem quando há
mulheres no laboratório: você se apaixona por elas; elas se apaixonam por você
e elas choram quando são criticadas”, disse durante uma conferência realizada
na Coreia do Sul. Tim Hunt já revelou arrependimento pelas suas palavras.
Também já abandonou o cargo de professor na University College London. Mas as
suas palavras não conseguem ser apagadas e geraram uma onda de indignação junto
das mulheres que trabalham em laboratórios.
Tim Hunt tentou apagar o que disse
referindo que já se apaixonou por colegas e que colegas já se apaixonaram por
si e que isso acabou sempre por interferir com o trabalho de pesquisa
científica. Se as palavras originais fossem estas não existiria polémica
nenhuma. A temática seria o amor no trabalho e não a presença de mulheres numa
determinada profissão. E acredito que boa parte das pessoas concorda que amor e
trabalho podem facilmente resultar em confusão. Especialmente quando o casal
não consegue fazer a distinção entre as coisas.
Os meus pais trabalham juntos há muitos
anos e tudo corre bem. Os meus sogros idem. Mas conheço muitos casais que
acabaram por se separar quando misturaram trabalho e amor. Simplesmente porque
não conseguiram separar as coisas. Não sabiam diferenciar o tempo em que estão
a trabalhar, e onde não devem ser um casal, do tempo em que são casal e em que
devem tentar abstrair-se do trabalho. Depois podem ser acrescentados ingredientes
como ciúmes, entre muitos outros. O que facilmente pode originar problemas. Mas
isto não é um problema das mulheres. Nem dos homens. É um problema de pessoas.
A forma como Tim Hunt se expressou transforma a questão num problema feminino
dando a entender que elas estão a mais nos laboratórios. E isto muda a questão por
completo.
Voltando à polémica, diversas
cientistas estão a responder ao Prémio Nobel partilhando, nas redes sociais, fotografias “sexys”
brincado com o facto de aparentemente serem uma distracção para os colegas que
se apaixonam por não resistir à sua sensualidade e por também chorarem sempre
que são criticadas. #distractinglysexy é a hashtag que acompanha as referidas
imagens e que ajuda na pesquisa das mesmas nas redes sociais. Existem mulheres
que dizem estar orgulhosas por não ter chorado pela primeira vez. Outras
brincam com a sensualidade irresistível dos fatos que usam. E há quem agradeça
trabalhar com machos de espécies preservadas o que invalida a distracção.
Partilho a foto mais engraçada que encontrei onde se explica que conseguiram
parar de chorar tempo suficiente para tirar esta fotografia e partilhar a mesma
nas redes sociais.
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ResponderEliminarEnfim na condição de humanos... Tudo é possível, mas como tu dizes, é preciso separar as águas, entre uns e outros. As pessoas ficam amedrontadas quando é com o seu trabalho, mas quando é com os outros, noutras atividades copem para o ar...
Não existe fumo sem fogo... Essa que é e essa...
Acho que aquilo a que ele se refere é uma situação de pessoas e não algo exclusivo das mulheres ou dos laboratórios.
EliminarBeta caroteno.
ResponderEliminarPara obter indirectamente vitamina A.
EliminarNão me ocorre nome suficientemente mau para classificar esse tipo e intriga-me como é que conseguiu receber um prémio nobel...enfim
ResponderEliminarCorreu mesmo muito mal.
EliminarAhahah, muito boa a foto.
ResponderEliminarAcredito que num laboratório onde hajam muitos homens e apenas uma ou duas mulheres, isso aconteça, mas não acredito que seja regra.
Acho que não depende da profissão nem das mulheres ou dos homens, é mesmo algo de pessoas.
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