O assunto mais debatido mundo fora ao
longo das últimas horas é a mais recente capa da Vanity Fair. No seu último
número a prestigiada publicação faz a apresentação mundial de Caitlyn Jenner,
uma mulher que viveu 65 anos aprisionada num corpo de homem, mais
especificamente de Bruce Jenner, um ex-campeão olímpico cuja fama mundial se
deve não a este feito nobre mas ao facto de ser o padrasto daquelas que devem
ser as irmãs mais famosas do mundo: Khloe, Kourtney e Kim Kardashian, as
estrelas mais cintilantes do reality show mais famoso do mundo.
Quanto ao tema que motiva a capa da
publicação pouco há para dizer. Não se trata de uma novidade pois há muito que
se conhecia este desejo de Bruce, agora Caitlyn. Tal como a família também
sabia a intenção do antigo atleta. Esta história não é a primeira no mundo. Nem
será a última. É simplesmente a mais mediática ou não fosse um membro da
família mais vigiada e conhecida do planeta. Vi um pouco de um dos episódios do
reality show dedicado à mudança de Bruce para Caitlyn e uma das filhas revelou,
entre lágrimas, que numa noite, em que teve sede de madrugada deu com o pai
vestido de mulher, entre muitas outras coisas. Nesta parte da história aquilo
que mais importa é a liberdade, felicidade de uma pessoa que se sentia
aprisionada num corpo de homem. E sobre isto pouco há a referir a não ser a
coragem necessária (acredito que seja muita e facilmente confundida com
capricho ou maluquice) para que uma pessoa de 65 anos faça uma mudança destas,
sobretudo quando faz parte da família mais vigiada do mundo, tendo a
consciência (porque é um preço que aceitou pagar) de que não terá “paz”,
sobretudo nesta fase. Para concluir esta parte, tiro o meu chapéu a quem tem coragem para fazer algo deste género, com este peso.
Como acontece com temas muito badalados
gosto de observar o que acontece em torno do tema. E ontem apercebi-me de que
muitas pessoas estavam a partilhar a capa da Vanity Fair. E que o tema era
muito badalado entre as mulheres. Aquilo que mais captou a minha atenção foi a
forma como as mulheres se referem a Caitlyn Jenner. Li coisas como “mulher
perfeita”, “mulher sem falhas”, “linda”, “perfeita”, “quem dera a muitas
mulheres, até mais novas”, entre muitos outros elogios dentro do mesmo género.
Acredito que existam mas não me recordo de ver uma crítica em relação à capa ou
produção fotográfica. Nem que fosse a falar mal da roupa, das imagens, do
corpo, do que quer que fosse. Simplesmente Caitlyn Jenner é uma aparente mulher
perfeita. E ainda bem que assim é.
Aquilo que referi no último parágrafo
não é uma crítica mas apenas um dado que acho curioso. Fico feliz pelos elogios
feitos a Caitlyn Jenner. Mas alguns dos elogios são proferidos pelas mesmas
mulheres que criticam tantas outras capas de revistas onde se destaca uma
mulher. São as mesmas mulheres que criticam aquela “gordurinha” (que ninguém
vê) que está ali a mais. São as mesmas que criticam a posição ou aspecto do
corpo, até porque é um corpo que não é real, que falam mal das imagens, das
fotos, do uso excessivo de photoshop e de tudo e mais alguma coisa. E isto é algo que acho curioso.
E a minha curiosidade existe em forma
de pergunta: qual o motivo pelo qual se olha para esta capa construindo a
perfeição ao mesmo tempo que se olha para tantas outras capas destruindo a
perfeição? Será que fica bem elogiar neste caso? Será que as críticas são
absurdas noutros cenários? Para mim é algo curioso. Parabéns a Caitlyn Jenner,
a mulher perfeita, que talvez faça com que muitas pessoas olhem para outras
capas com o mesmo olhar que dedicaram a esta.
Não sei como é alguém aguenta tantos anos assim, a sentir-se aprisionado...
ResponderEliminarSobre a capa, não acho que seja a mulher perfeita mas consegue dar 10 a 0 a muita mulher e, curiosamente, acho que fica muito mais bonita em mulher do que em homem. Mais uma vez, espero que se tenha dado um passo contra muitos preconceitos.
Espero que sim mas acho curioso, no bom sentido, que ninguém fale de photoshop e de tantas outras coisas. E gostava que as pessoas usassem este mesmo olhar para todas as capas.
EliminarNunca pensei que fosse tão bem "aceite" por quem tanto critica, mas ainda bem que assim é.
ResponderEliminarAcredito que existem muitos elogios apenas porque fica bem elogiar.
EliminarAinda agora disse isto ...call me old school, mas há coisas que não me entram ( e sim coloco a possibilidade de ser falta de elasticidade mental minha)...
ResponderEliminarEste senhor não casou uma, casou duas ou três vezes e quantos filhos teve? E toda a vida foi infeliz? Como homem? E agora...aos 65 anos é que descobriu que era infeliz?
Para mim não é uma mulher é o produto da evolução médica/cientifica que com 1001 tratamentos e cirurgias acabam por obter o resultado que se vê, tal e qual como aquelas mulheres (e homens) que se entregam nas mãos dos cirurgiões para alcançar a perfeição fisíca, chega o ponto em que deixam de ser "eles" e passam apenas a ser...o produto final.
Acho que não descobriu agora. Há muito que a família conhecia o seu outro lado. Isso é abordado no programa. Pensavam era que seria sempre assim e que ele não dava este passo. Acredito que tenha chegado a um momento do estilo é agora ou nunca. E acredito que também o tenha feito porque faz parte de uma família com acesso facilitado a tudo o que é necessário para a mudança.
EliminarO termo perfeito aqui para mim surge como um insulto descabido a tanta mulher e homem.
ResponderEliminarEu questiono o perfeito quando passam a vida a defender que não existe perfeição e a criticar tanta gente que é vista como perfeita.
EliminarGabo-lhe a coragem da mudança. Não consigo imaginar o que é viver dentro de um corpo que não identificamos como nosso, e pergunto-me como conseguiu durante tantos anos. Mas, mais vale tarde do que nunca, não é? Por isso, que viva feliz assim, como sempre quis, o resto dos seus dias. É a única coisa que importa.
ResponderEliminarMas... Acho que devemos louvar o acto de coragem, mas daí a "mulher perfeita" acho um exagero, até porque a perfeição não existe.
http://agatadesaltosaltos.blogspot.pt/
A minha linha de raciocínio é como a tua. Acho que envolve grande coragem e acredito que agora será plenamente feliz. Disto à perfeição vai uma gigantesca distância.
EliminarEu acho que devemos ser livres de criticar, mas pensar bem nas críticas que fazemos. As pessoas têm logo a tendência para encontrar defeitos em tudo e passam logo à ofensa. Neste caso, penso que isso não terá acontecido porque têm compaixão pela situação. :)
ResponderEliminarhttp://entreosmeusdias.blogspot.pt
É pena que essa compaixão não exista sempre :)
EliminarHello :) eu nem sei que diga, também vi algumas vezes os programas dessas "mimalhonas ricaças" cheias de botox , cheias mais lá sei do que, o padastro a ver tanto brilho, tanto botox, tanta plástica, tanto vestido , tanto baton, tanto blush, tanto cabelo enrolado tanto decote, tanto tudo, toneladas de sapatos botas e mais o raio que as parta, chegou a hora de dar o salto , e assim o fez, ganhou coragem e acabou por pedir tb uns vestidos à mais alta das kardashians, e foi-se para a capa da Vanity.
ResponderEliminarSe bem ou mal, estou-me perfeitamente a borrifar. Só lhe digo uma coisa, o que aquele homem deve ter sofrido a vida toda!!!! com aquelas "filhas " e mulher "siliconadas"
Posso dizer uma asneira? eheheh, eu acho que é dinheiro a mais, as arménias (ciganas), mais ricas mais poderosas do mundo, são famosas por isso mesmo porque são ricas! e o Bruce/ Caty estava farto de ser deixado para trás , e ninguém lhe dar atenção, também quis brilhar, chegou a vez dele!
só há uma coisa que eu condeno , mesmo, porque é que este senhor se quer mostrar ao mundo? não podia ficar ali sossegadinho e "quetinho"? Porque?
Tendo em conta a família é quase impossível guardar segredo. Tanto que esta mudança já tinha sido capa de uma revista e recordo-me de que ele, ainda Bruce, ficou ofendido com a capa. Acredito que aqui já fossem outros interesses (monetários) a falar. Olhando apenas para a parte negócio, era bom que o segredo fosse mantido até aos dois programas onde a mudança é abordada pela família e até à publicação da revista.
EliminarTambém considero que foi um acto de muita coragem e independentemente do que penso sobre o assunto considero que cada pessoa deve procurar a sua felicidade à sua maneira e os outros devem respeitar isso.
ResponderEliminarQuanto à "tolerância" e elogios das mulheres penso que será por respeitarem o que requer tanta coragem, mas também consideram que ela, na sua perfeição, não lhes faz concorrência.:-)
abraço
És a segunda pessoa que aborda esse ponto e acho que há um fundo de verdade nisso.
EliminarBeijos
Não há perfeição nesta capa, há sim uma transformação cujo resultado foi bem conseguido Caitlyn não ficou ridícula, ficou com um ar natural e adequado à idade que tem.
ResponderEliminarConcordo com a Su, as mulheres sabem que esta Caitlyn não lhes faz concorrência e por isso elogiam-na com facilidade.
Porque é que se olha para tantas outras capas destruindo a perfeição...? Porque a beleza é altamente discriminatória e as mulheres, mais do que ninguém, sentem essa discriminação na pele desde muito cedo. E, depois, são elas próprias a discriminar, como se ao apontar ao dedo, pudessem apagar a beleza.
Porque
Gostava que olhassem para todas as capas com a mesma qualidade de análise desta.
EliminarSinceramente, a notícia foi-me indiferente, mas para quem tem 65 anos, e num corpo de mulher bem trabalhado, está ótima.
ResponderEliminarNão leves a mal, mas o que mais gosto na capa é o fato , presumo, de banho, que ela veste.