Começo a olhar para o cinzeiro como um
objecto que faz parte da vida dos… não fumadores. É quase como o isqueiro, que
muitos não fumadores têm e que utilizam em diversos casos para dar lume a um
fumador. Ou seja, vejo os cinzeiros como um objecto que os não fumadores têm e
fazem questão de colocar à disposição, por exemplo, de um fumador que vai lá a
casa, que pede autorização para fumar na varanda e que está a deitar a cinza (e
em alguns casos as beatas) para a rua.
Este modo de pensar tem por base o
comportamento da grande maioria dos fumadores que conheço e com quem me cruzo.
Na rua dos meus pais era assim. Cinza para cima de pessoas e da roupa estendida
dos vizinhos. Beatas (que não estão apagadas) para cima dos carros danificando
a pintura dos mesmos. E tudo isto com a maior das naturalidades como se tudo
estivesse bem.
Quando fui viver com a minha mulher
optamos por arrendar um rés-do-chão num condomínio privado. O nosso terraço era
mais largo do que as varandas dos cinco apartamentos que estavam por cima. E
era raro o dia em que não tinha o terraço cheio de cinza e de beatas. Parecia
que era o cinzeiro do prédio. Nos dias em que os vizinhos fumadores estavam com
mais força nos braços conseguiam atirar para fora do terraço mas para dentro do
condomínio.
Mudei de casa e agora moro no último
andar de um prédio. Mas volto a ter vizinhos/visitas que fumam com o braço
pendurado na varanda, atirando cinza e no final as beatas para a porta do
prédio. Isto já para não falar do que se vê no trânsito. E talvez o melhor
exemplo disto seja (para quem é da Margem Sul) a praça das portagens da Ponte
25 de Abril, uma espécie de cinzeiro gigante onde os condutores depositam
beatas atrás de beatas. Felizmente, neste caso específico, a maioria dos meus
amigos e colegas fumadores guardam as beatas para deitar para o lixo.
Mas a esmagadora maioria dos fumadores
(e estou a ter por base a realidade dos locais onde vivi e aquilo que observo
diariamente) parece ser alérgica ao cinzeiro. Deve ser um objecto desconhecido
e sem qualquer utilidade. Mas que na realidade é muito útil.
A minha vizinha de cima não conhece o objeto e já estive para lhe oferecer um várias vezes, confesso! A meu ver já é algo inato no fumador. É a única explicação que encontro.
ResponderEliminarCris
É a vantagem de agora não ter vizinhos por cima de mim. Tão mas tão bom.
EliminarO cinzeiro é essencial, digo eu. Como não-fumador concordo contigo. Há muitos casos de falta de civismo!
ResponderEliminarExistem casos de clara falta de civismo e quando abordas o assunto ainda se revoltam.
EliminarTens toda a razão, as pessoas por vezes nem pensam que, se fosse ao contrário, também não iriam gostar muito.
ResponderEliminarEstá fora de moda pensar no inverso...
EliminarSou fumadora e incapaz de atirar um cigarro para a rua, estrada e muito menos para o quintal dos vizinhos. Uso cinzeiro (obviamente) e no carro tenho sempre uma garrafa com um pouco de água para deitar os cigarros, garrafa que vou renovando obviamente.
ResponderEliminarAinda bem que existem pessoas como tu. São poucas mas boas.
EliminarMais um assunto que me deixa com receio de viver em apartamentos....
ResponderEliminarA falta de civismo é prato do dia em muitos sítios.
EliminarJá escrevi sobre isto quando percebi que muita gente decidiu usar o meu carro como cinzeiro (aqui). É mesmo irritante!
ResponderEliminarhttp://entreosmeusdias.blogspot.pt
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É muito irritante.
EliminarPara mim, todos os casos são falta de civismo, são se admite que se deitem beatas em lado nenhum, a não ser no lixo, depois de convenientemente apagadas, claro. Existem cinzeiros portáteis, que quem fuma deveria ter consigo.
ResponderEliminarSimples não é?
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