e se ele for homossexual?

Os rumores (que valem o que valem) não são de agora. Acredito que são do conhecimento do próprio e sei, de fonte segura, que são do conhecimento daqueles que trabalham consigo. Refiro-me a Cristiano Ronaldo e aos rumores que apontam para a homossexualidade do jogador. Um tema que actualmente está a ser muito debatido em Espanha, onde a Imprensa é muito mais “agressiva” do que a nossa.

Diversas publicações espanholas pegaram nas fotos das férias de Cristiano Ronaldo em St. Tropez para questionar a sua sexualidade. Desde coreografias de músicas associadas à homossexualidade até abraços a amigos tudo serve para debater o assunto. Isto é associado a outros factores como destinos de férias e até declarações de outras pessoas, como foi o caso de Rihanna que referiu apoiar a diversidade sexual depois de conhecer CR7.

Além disto que referi, e que é público, já ouvi diversas histórias de bastidores. Coisas passadas em determinados locais e até histórias muito complexas relacionadas com dados recentes e das quais não vale a pena falar por diversos motivos. Em primeiro lugar, porque não posso garantir a veracidade dessas histórias e também porque ainda (e provavelmente nunca) não vieram a público.

Abordando estes rumores específicos, aqueles que dizem respeito à homossexualidade, Cristiano Ronaldo não é um caso isolado. Existem diversas figuras públicas portuguesas que vivem de mãos dadas com esse rumor há muito tempo. Tal como existem figuras públicas que são, que não negam que são mesmo no contacto com a Imprensa, mas que preferem passar outra imagem pública e que as pessoas nem desconfiam que são. E a verdade é que isto não diz respeito a ninguém e todas as decisões – revelar ou esconder algo - devem ser respeitadas.

Pouco me interessa a orientação sexual de Cristiano Ronaldo ou de outra pessoa qualquer. Mas sempre que este tema é debatido, e já partilhei esta opinião com diversos amigos e colegas, defendo que Cristiano Ronaldo (num cenário hipotético em que isto seria verdade) tem o poder de mudar as mentalidades, algo que poucas pessoas têm. E quando digo Cristiano Ronaldo, porque estamos num cenário hipotético, digo Messi, Neymar, Beckham e Floyd Mayweather, apenas para dar alguns exemplos.

Se existe uma área onde a homossexualidade não é muito bem aceite é no desporto que, de acordo com algumas mentalidades mais retrógradas, “é coisa de homem”. Sobretudo em desportos como futebol e râguebi, apenas para dar dois exemplos. E o passado está marcado por diversas histórias de atletas que assumem publicamente a sua homossexualidade durante a carreira. E cuja carreira praticamente acaba nesse momento. As portas fecham-se, não arranjam clubes mas a desculpa é sempre outra que não a marginalização com base na homossexualidade. Algo que faz com que alguns atletas optem por negar a pés juntos algo que não sentem necessidade de esconder e algo que revelam quando a carreira chega ao fim.

Como referi, pouco me importa se Cristiano Ronaldo (ou outro atleta qualquer da mesma dimensão) é homossexual. Aquilo em que acredito é que se fosse (ele ou outro atleta do mesmo patamar) e se assumisse tinha a possibilidade de mudar a mentalidade de muitas pessoas. É que os outros, os menos conhecidos, são apenas uns (e desculpem a linguagem) “paneleiros de merda” que não têm lugar no desporto de alta competição e que assumem algo com base na sede de protagonismo. Se for um atleta daqueles que aparecem de x em x anos e que são idolatrados em todo o mundo, tudo mudará nas mentalidades e na forma como se olha para pessoas que são imediatamente e injustamente colocadas de parte.