As palavras são fortes, polémicas e não foram ditas pela primeira vez. A acusação é feita por André Onana, guarda-redes camaronês formado no Barcelona e actual dono da baliza do Ajax. Aos 23 anos, e com um valor de mercado de 35 milhões de euros, Onana é visto como um dos grandes talentos do clube holandês. O que não impede que seja bastante crítico em relação à forma como os clubes europeus lidam com os guarda-redes negros.
“Os clubes [europeus] não confiam em guarda-redes negros. É uma realidade, basta olhar para ela, não sou eu que o digo”, referiu em declarações à RMC Sport. Aliás, esta não foi a primeira vez que André Onana abordou o assunto. “Não vejo diferença entre guarda-redes brancos e negros. São iguais, ambos cometem erros. Os guarda-redes negros devem estar bem preparados, não é fácil para nós”, tinha dito à BBC em Maio deste ano.
Depois de ler isto, dei por mim a pensar nos principais clubes europeus e nos guarda-redes titulares. Sendo em, curiosamente, lembrei-me do Ajax. Que não tem um, mas dois guarda-redes negros. A Onana junta-se o português Bruno Varela. Fui então ver a lista dos 10 melhores guarda-redes do mundo (feita pela FourFourTwo) e realmente não aparece nenhum negro na lista.
Seguiu-se uma análise à lista, desta vez do Goal, para perceber onde jogam os 10 melhores guarda-redes africanos. Destes, sete são negros. Dos quais cinco jogam em clubes europeus. Onana ocupa o primeiro lugar e joga no melhor clube da lista. A minha conclusão é a de que não estamos perante racismo, mas sim talento.
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