Há uns dias cruzei-me, algures numa rede social, com um vídeo. Em que um jovem brasileiro parecia ter uma tatuagem na testa. Na mesma podia ler-se “eu sou ladrão e vacilão”. Vi aquilo. Fiquei um pouco espantado com o que estava a ver. Se por um lado acreditei que poderia ser real, por outro esperava que fosse uma brincadeira. Algo que não se confirma.
O rapaz que aparece com a testa tatuada é um jovem de 17 anos. Que foi apanhado a roubar a bicicleta de um tatuador. Que, com auxílio de um vizinho, entendeu que um castigo exemplar para aquele delinquente seria uma frase “eterna” gravada na testa. Como acontece frequentemente nas redes sociais, as opiniões dividiram-se entre os que apoiam o castigo e aqueles que o condenam.
A história poderia ficar por aqui. Mas entretanto aparece a família do jovem. Com a mãe a dizer que está desaparecido de casa há algum tempo. E que tem problemas mentais. Colocando ainda a hipótese de estar drogado no momento do vídeo. Esta mulher reconheceu o filho devido ao vídeo. E alertou as autoridades. Resultado de tudo isto: o jovem está desaparecido. E os autores da tatuagem detidos, à espera de julgamento. Dizem, em sua defesa, que queriam ensinar uma lição ao rapaz. Mas estão acusados de tortura.
Continua a existir um grande número de pessoas que aplaude aquilo que foi feito pelos dois homens. Por outro lado foi criada uma página para angariar dinheiro para o jovem. Para que remova a tatuagem e para que possa ser submetido a tratamentos. O objectivo era angariar quatro mil euros, mas já foram angariados cinco mil euros.
Este caso recuperou o debate em torno do castigo que deve ser dado a quem faz algo do género do que foi feito por aquele adolescente. Não escondo, até porque já partilhei isso no blogue, que defendo que existem crimes que merecem punições mais exemplares do que uma pena suspensa ou algo do género. Mas acho que o roubo de uma bicicleta não é digna de uma tatuagem na testa.
Muito grave que seja o delito, ninguém pode fazer justiça por suas mãos, sob pena de voltarmos á barbárie.
ResponderEliminarAbraço
Penso da mesma forma.
EliminarAbraço