Ano após ano multiplicam-se os alertas destinados aos pais. E o objectivo é sempre o mesmo: não percam os filhos de vista pois basta um segundo para que uma tragedia aconteça. Mesmo assim, parece que existem país que acham que o mal só acontece aos outros.
Frequento uma praia sem vigia. Isto tem vantagens como ter "pouca" gente e ser possível trazer animais (por exemplo, hoje anda um porco de estimação pela praia). Tem a desvantagem das ondas (sobretudo a corrente) meterem algum respeito e exigirem atenção máxima aos pais.
Preparava-me para andar pela praia com a minha mulher quando reparo num rapaz (tinha dois anos) que deambulava sozinho pelo areal. A minha mulher abordou-o e ele lá disse que estava perdido. Nesta altura, outras duas mulheres já se tinham aproximado do rapaz e disseram que iam percorrer a praia com ele.
Ficámos a observar e ambas acabaram por entregar o rapaz a um adulto cuja postura era a mais descontraída possível. O desespero de um pai que procura um filho perdido nota-se a quilómetros e ali era inexistente. Do mal o menos, o final da história foi feliz.
Estivemos à conversa com a mulher que também estava eatupefacta com a descontração do pai. Acrescento apenas que a criança, quando abordada por nós, estaria a cerca de quinhentos metros dos pais.
Continuámos a passear pela praia até que nos cruzámos com a família em questão. Eram, pelo menos, seis adultos e diversas crianças. Os adultos em grupos a conversar e as crianças a brincar sozinhas. Isto numa praia que tem diversos perigos para os mais novos que facilmente podem ser levados por uma onda. Tendo em conta o número de adultos espanta-me ainda mais que ninguém tenha dado pela falta de uma criança que foi andando pela praia.
Uma onda era o suficiente para aquela criança ser levada. Um adulto mal intencionado fácilmente levava o miúdo. Ou outra coisa qualquer poderia acontecer, até porque a criança já estava na parte mais deserta da praia e teria continuado a andar, sem rumo, caso não fosse abordada.
Não sou pai mas este tipo de coisas mexem comigo. E o mal não acontece só aos outros. Esta família hoje poderá gabar-se disso mas o final feliz poderia ter sido trágico. Só resta saber quanto tempo demoravam a aperceber-se do ocorrido.
Realmente, há coisas q me ultrapassam... Eu sou mãe, mas, se não fosse, a opinião seria a mesma. Numa praia, ainda por cima, um sítio onde é tão fácil perder uma criança, como é que pode haver tanta descontracção por parte dos adultos (ir)responsáveis por eles?? Eu morro de medo de perder o meu de vista!
ResponderEliminarMuito triste.
EliminarParece que os pais não perderam ma criança, a criança é que se perdeu
ResponderEliminarÉ uma maneira de ver a situação. No meu caso culpo os pais e não o menino de dois anos que se afasta de um grupo de seis adultos sem que ninguém dê por isso.
Eliminaro comentário deve ser lido com alguma ironia, pelo relato da postura dos pais não se passava nada
EliminarÉ o "problema" da leitura em relação à conversa. O pai era a descontracção em pessoa.
EliminarFico chocada com este tipo de atitudes de "supostos pais". Não sou mãe, nem estou perto de o ser, mas tenho uma irmão mais nova e vários primos mais novos. (O mais novo tem 10 anos, o mais velho já vai fazer 18) Nunca, em momento nenhum, que eles saiam comigo, os perco de vista. E isto vai acontecer SEMPRE... tenham eles 1, 5 ou 30 anos.
ResponderEliminarE a calma do pai quando a criança lhe foi entregue. Isso ainda foi mais assustador.
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