É muito fácil criticar os portugueses que infelizmente não estão a conquistar medalhas nos Jogos Olímpicos que decorrem no Rio de Janeiro, no Brasil. "Aquele Fernando Pimenta arrancou tão bem na final e agora culpa as algas do seu insucesso", diz-se. "O Nelson Évora deixou a desejar. Que miséria de prova", ouve-se. E isto acaba por ser aplicado a muitos atletas lusos que dão o seu melhor em representação do seu País. São críticas atrás de críticas. Umas mais assertivas. Outras... nem por isso.
Qualquer pessoa pode criticar os atletas. Isso não está em causa. Estava a assistir à prova do Fernando Pimenta e acreditei que a medalha de ouro seria sua, tal foi a confiança com que arrancou e o avança que ia conquistando em relação aos adversários. Depois vi os saltos do Nelson e deparei-me com um atleta confiante que estava a dar o melhor. Tinha altas esperanças para os dois. As coisas não correram bem mas não fico com a sensação de desilusão. E muito menos vou disparar para o ar, acusando ambos (entre tantos outros) de falta de empenho.
E não o faço porque não olho para os Jogos Olímpicos em Agosto. Olho para eles durante quatro anos. Será que as pessoas têm noção dos sacrifícios de alguns atletas? Ou será que sabem que as condições de treino estão muito longe de ser as ideais ou minimamente aceitáveis. Quando ganham medalhas todos dão palmadas nas costas. Todos querem uma fatia do mérito. Quando as coisas correm mal ninguém quer saber deles. Ninguém os apoia. Ninguém ajuda. Ninguém vai receber ao aeroporto. Curiosamente, isto é o espelho da vida das pessoas em relação ao sucesso ou insucesso dos outros.
Era bom que as pessoas percebessem que os Jogos Olímpicos envolvem anos de trabalho. De sacrifícios e de treinos para que tudo corra de feição num ou em dois dias. O julgamento não deve ter apenas por base as provas que a televisão transmite. Não se pode ignorar tudo aquilo que a televisão e as fotografias não mostram. E dou um exemplo muito simples em relação a Nelson Évora, um dos mais mediáticos atletas nacionais. Num entrevista recente, o jornalista destacava a quantidade de cicatrizes que tem na perna. E Nelson Évora respondeu que a maior marca não era visível pois dizia respeito às pessoas que o abandonaram quando mais precisava.
Parabéns pelo post.
ResponderEliminarÉ fácil deitar abaixo quando não se vêem os resultados que se esperavam, mas estes atletas sofrem, e muito, durante os 4 anos de preparação.
E tu sabes que praticas desporto, o quanto custa.
Todos sabemos que os Jogos Olímpicos traz muitas surpresas, todos são bons quando entram em competição, mas alguém, muitos, têm de perder.
Congratulo todos os atletas que são, na minha opinião, do melhor que há a nível do desporto, daí sofrerem nos 4 anos de preparação, decepções, alegrias e tristezas, mas sempre na linha da frente para conseguirem ser os melhores e ganharem uma medalha, seja ela de ouro, prata ou bronze.
É dos melhores eventos a nível mundial que mais gosto, aquele que une raças, credos, religiões.
Quem critica não deve saber o que é o esforço físico e mental.
Beijinho
São quatro anos que acabam julgados com base em segundos ou minutos. Isso é injusto.
EliminarBeijos