Sou das pessoas que pensam que a idade não passa de um número ou data num qualquer documento. Existem pessoas de vinte anos que são “velhas” tal como existem outras de setenta que são jovens. É tudo uma questão de atitude perante a vida. Mas isto não impossibilita que existam momentos e circunstâncias em que uma pessoa se apercebe de que já não tem determinada idade, por mais jovem que se sinta.
Num passado recente estive numa festa surpresa de aniversário de um grande amigo que fez cinquenta anos. Na festa estavam familiares e amigos, pessoas das mais diversas idades. Desde os vinte e poucos aos cinquenta e muitos. Jantar com muita música à mistura. Do restaurante alguns (entre eles eu) seguiram para um bar de gins (e não só) em Sintra. Do bar alguns ainda foram para o 2001, no Autódromo do Estoril.
Uns dias depois encontrei-me com estes amigos. E perguntei como tinha sido o resto da noite pois fiquei-me pelo bar. “Não fiquei muito tempo no 2001 pois no dia a seguir tinha de ir ao Alentejo. Ia a conduzir para o Alentejo e estava com dores num braço”, gracejava um. Outro lamentava a sensação nos ouvidos e as dores no corpo do dia seguinte à festa. E todas as pessoas fizeram piadas em relação à idade.
Voltando à noite da festa. No bar a nossa mesa era perto da máquina do tabaco. Como não cabiam todos na mesa, alguns ficaram nuns cadeirões que estavam ainda mais perto da referida máquina. A determinado momento duas raparigas tentam comprar tabaco mas tudo corria mal. Um dos que estava perto da máquina meteu conversa com elas e foi tratado com um “você” em vez de um “tu”, motivando gargalhada geral por ser indicativo de que os anos estão a passar. É certo que a idade não passa de um número mas existem coisas que vão mudando com o tempo.
Essa parte da atitude é verdade:)...mas de vez em quando a atitude é desmentida pelo corpo. Uma das frases com que mais sou massacrada últimamente (porque me têm acontecido pequenos acidentes) é "tens que ter cuidado! Ages sem pensar, olha que não tens sempre 20 anos!" Irra! Se fico fula?! Fico, mas depois olho para o pulso esquerdo queimado, e para a perna esquerda toda pisada e com trombo não sei quê e percebo que o melhor é começar a aceitar...que já não tenho 20 anos, embora não sinta que tenho 46.
ResponderEliminarAo "Dona Suri" ou "Senhora Dona Suri" já me habituei...mas custou, uiiii se custou!
Ainda no outro dia uma amiga falava sobre isso num jantar. Que não gostava que lhe chamassem menina mas que é muito pior quando começam a chamar senhora :)
EliminarÉ quando a malta se revê no estatuto de adulto e é tratado por adolescentes por você e conhece gente que já nasceu quando nós andávamos a tirar a carta ...
ResponderEliminarMais um bom exemplo.
EliminarÉ verdade, há certos momentos e certas situações que nos fazem sentir assim, velhos.
ResponderEliminarMenos novos :)
EliminarEu sou velha e por vezes chamam-me menina. Acho estranho e rio-me quando me tratam como tal, mas acho estranho também quando me tratam de senhora.
ResponderEliminarUma coisa é certa. O tempo encarrega-se de nos alertar das nossas limitações.
Mas enquanto temos saúde e o cérebro estiver bem, há que viver os momentos de acordo com o que somos, queremos e sentimos. E sobretudo com as pessoas que gostamos.
Beijinho
Ninguém é velho :)
EliminarAquilo que dizes é o mais importante.
Beijos