Primeiro a notícia de que uma mulher, por acaso portuguesa,
vai entrar para a história do futebol ao tornar-se na primeira mulher a treinar
uma equipa profissional de homens. Este facto levou a que diversos jogadores,
treinadores e dirigentes mundiais fossem questionados sobre esta inovação.
Todos aplaudiram. Todos ficaram contentes.
Depois, a conferência de imprensa em que foi apresentada. O
modesto clube da segunda divisão francesa teve direito a uma conferência ao estilo
de um dos mais importantes clubes do mundo. Mais uma vez, todos aplaudiram.
Mais uma vez, todos ficaram contentes.
Por fim, a notícia de que Helena Costa nem sequer vai dar ao
início ao projecto, tendo apresentado a demissão do cargo. Até aqui tudo bem
pois não seria a primeira treinadora a quem isso acontecia. O pior são os
motivos, de acordo com o comunicado da treinadora, para o pedido de demissão.
Helena Costa foi colocada de parte na preparação da época.
Os jogadores eram contratados sem o seu aval. A época era preparada sem que
nada soubesse e só soube das contratações quando a secretária do clube lhe
enviou a lista dos atletas que iam fazer exames médicos. Pior ainda, era
ignorada nas tentativas de contacto e teve direito a respostas tristes por
parte do director desportivo que dizia, entre outras coisas “não me canses com
os teus emails.”
Helena Costa podia ter tolerado isto. Podia ter aceite ser
uma espécie de cãozinho de porcelana que enfeita a porta do clube e assobiando
para o lado mantinha o seu protagonismo no futebol mundial. Em vez disso, e
muito bem, pediu a demissão. Porque não aceita estas coisas. E só revelou
aquilo que realmente aconteceu quando o presidente do clube comentou a sua
demissão de forma diferente da que tinha sido previamente combinada pelas partes, de modo a
não prejudicar a imagem do clube.
Não conheço as pessoas em questão. Por isso não sei se é
machismo, apesar de duvidar que um director desportivo diga a um treinador que
não está à sua disposição, entre outras coisas. Isto de ter mulheres em “locais”
dominados por homens durante anos é muito bonito. Todos dizem que sim. É pena
que seja assim apenas na teoria.
É pena que nos dias de hoje ainda seja difícil ser-se mulher em qualquer cargo de chefia e liderança! As diferenças continuam lá, sempre! As mesmas funções desempenhadas por um homem e por uma mulher são remuneradas de maneira diferente por exemplo, sendo que a mulher ganha menos, claro está!
ResponderEliminarAcho que se assim aconteceu ela fez muito bem em demitir-se! Quando a contrataram foi para treinadora e não para boneca de enfeite!
Ela era uma bandeira mediática. Não mais do que isso. Tanto que foram buscar outra mulher.
EliminarÉ por exemplos como este que ainda há muito a batalhar no que toca à igualdade de direitos e oportunidades (que é o que defendo: igualdade).
ResponderEliminarO percurso será longo.
EliminarÉ pena que o convite feito à nossa grande treinadora Helena Costa, que tanto dignificou as mulheres ligadas ao futebol, não tenha passado de uma forma de marketing onde o único objectivo seria certamente divulgar o nome do clube. É triste e dá uma péssima imagem ao mundo do futebol. Ainda assim acredito que o dia do triunfo chegará e nós, mulheres, ganharemos cada vez mais espaço nesta modalidade ainda tão machista.
ResponderEliminarA atitude dela mostra que está pronta para conquistar o seu espaço num mundo habitado por homens. O futebol precisa de mulheres assim. Que tenham a coragem que muitos homens não têm.
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