Como joguei a defesa central, tenho a tendência a olhar para estes jogadores com outros olhos. E Bruno Alves está dentro daqueles que admiro. Isto apesar de considerar que exagera da violência. Daquela que deixa os adeptos a questionar se a maldade não passou de um mero azar ou se terá sido propositada. Gostos pessoais à parte, o jogador português, de 38 anos, está a fazer uma excelente época em Itália, ao serviço do Parma. E os números falam por si.
Não há nenhum central a jogar na Europa que tenha uma melhor percentagem de duelos ganhos. Os dados são avançados pelo site Transfermakt, que destaca o português, com uma impressionante percentagem de 78,4 duelos ganhos. Segue-se Virgil Van Dijk, do Liverpool, com 74,9%. E, em terceiro, Thiago Silva, do Paris Saint-Germain, com 68%. E isto prova que o jogador português está mesmo num excelente momento de forma.
Numa altura em que os campeonatos estão parados, Bruno Alves foi um dos convidados do programa FC Porto em casa, do canal oficial dos dragões. E foi aí que o central disse ser melhor do que Cristiano Ronaldo. Isto num detalhe específico: os duelos aéreos. "Já joguei algumas vezes com ele e nunca me ganhou um lance por alto. Pode ser mais rápido e melhor tecnicamente, de cabeça tenho dúvidas", gracejou. No título escrevi que acredito e é verdade. Porque se há jogador que imagino a subir mais alto do que Ronaldo, só mesmo Bruno Alves. E basta procurar fotos do jogador.
A conversa serviu ainda para Bruno Alves recordar um jogo contra o Benfica, disputado em Outubro de 2005. O Benfica ganhou 2-0 e colocou um ponto final em largos anos sem ganhar em casa do Porto. Nuno Gomes marcou os dois golos e Bruno Alves foi expulso. Precisamente depois de uma entrada muito dura sobre o avançado e de lhe ter dado uma cabeçada. "Estávamos a perder por 2-0 em casa, mas como aprendi com o meu pai, posso perder no jogo, mas não posso perder na porrada. Então, na porrada eu não perdi", referiu.
Bruno Alves abordou ainda as consequências que esse lance teve para a carreira. "Passei algum tempo de fora, mas o Adriaanse [treinador da altura] foi sempre muito honesto comigo e disse-me que se não tivesse sido expulso provavelmente iria continuar a jogar. Mas depois daquele momento também houve uma alteração do sistema táctico, a equipa começou a ganhar e foi muito difícil voltar a jogar. Entendi a situação, aprendi com os erros e isso também fez de mim um jogador e uma pessoa mais forte para lidar com o futebol e com a vida", termina.
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