Ao longo das últimas semanas tenho ouvido falar muito do jogo Baleia Azul que já levou ao suicídio de um grande número de adolescentes, sendo que neste momento já existem dois casos de adolescentes portugueses envolvidos neste jogo que é partilhado nas redes sociais. Mas só hoje é que prestei mais atenção ao jogo em si.
Fiquei a saber que consiste em 50 etapas e que a última é a morte do jogador. A maioria das etapas passam por auto-mutilação e por cenários que colocam a vida em risco. Além disso, os jogadores têm de comprovar a superação das provas junto de quem está a controlar o jogo. Basicamente, são comportamentos pouco comuns para um jovem considerado normal.
Um caminho fácil será culpar as redes sociais. A culpa está na facilidade com que se tem acesso a tudo e mais alguma coisa. Mas acho que não pode ser ignorado o elegante, neste caso baleia, que está no meio da sala. Porque algo de mal se passa com qualquer criança ou adolescente que tenha curiosidade em relação a um jogo destes. E que se vá auto-mutilando ao longo do jogo sem que ninguém ao seu redor se aperceba do que está a fazer.
Não vou dizer que os pais são todos culpados. Mas não minto quando digo que muitos pais passam ao lado das vidas dos filhos, pouco ou nada participando nas suas actividades. Poucos pais perdem, aliás... ganham algum tempo diariamente a falar com os filhos em relação ao dia que passou. O resultado disto pode ser um distanciamento que faz com que seja complicado observar a gigantesca baleia que levou um adolescente a pensar em coisas como suicídio. Porque quando um adolescente chega a este ponto é porque está muita coisa errada. E o que está mal foi ignorado por muitas outras pessoas.
A existência desse jogo arrepia-me. Há, de facto, muitos pais que não vêem o que se passa com os filhos. Não é fácil ser pai/mãe. Há que trabalhar nesse sentido. Perceber o que se passa com os filhos, porque eles nem sempre nos vão dizer. E estar atentos, muito atentos!
ResponderEliminarOs pais têm de começar a ser pais e a estar alertas com muitas coisas que preferem não ver.
EliminarDe acordo. A vida atual empurra os pais para um desejo constante de competição e posse. Na luta por um salário melhor, que lhe permita ter um carro tão bom ou melhor do que o do vizinho, ou uma casa melhor, ou umas férias no estrangeiro, sobra pouco espaço para as conversas diárias com os filhos. É claro que eles amam os filhos. E esforçam-se para que eles tenham roupas de marca ou telemóveis topo de gama, na prática tudo o que desejam, excepto tempo e atenção.
ResponderEliminarUm abraço
E às vezes é o tempo e atenção que fazem toda a diferença.
EliminarAbraço
Os pais precisam de mudar os seus hábitos, estarem mais tempo com os filhos dar-lhes afecto, atenção, que é o mais barato que eles podem ter.
ResponderEliminarMas a vida actual é tão complicada para estes, também.
Por mais complicado que seja, não podem descurar isso.
Eliminar