Quando a temática da imagem está associada às mulheres acaba sempre em polémica. Já perdi conta ao número de vezes em que se pede respeito (e protagonismo) para as mulheres reais. Sendo que a ideia generalizada de mulher real passa por todas as mulheres que não têm corpo de modelo. Por norma uma mulher magra não é real. É um conceito que não compreendo mas que existe.
Mas como estava a dizer, é pedido, exigido, protagonismo para as tais mulheres reais. “Queremos mulheres reais nas campanhas publicitárias”, pede-se. “Aquelas modelos magricelas não representam a mulher real”, diz-se. “Então e as gordinhas?”, pergunta-se. Isto tudo numa discussão sem fim. Num debate sempre polémico.
Até que as tais mulheres têm tempo de antena. E o que acontece? Na maioria do caso são crucificadas. São gozadas. São vítimas de bullying. As pessoas falam mal destas mulheres. Dizem que deveriam estar “escondidas”. Que não deveriam mostrar o corpo. E por aí fora. Algo que leva à discussão em torno da escravatura da imagem. E lança a confusão. Exigem-se mulheres reais. Por outro lado, gordurinhas é que não que isso é feio.
Lady Gaga foi um dos destaques extra-desportivos do último Super Bowl. Há tanto para dizer sobre a actuação da cantora. Sobre a mensagem política que passou. Mas nada disso importa. Porquê? Porque Lady Gaga está gorda. E ter uma gorda na televisão, num dos maiores eventos desportivos do mundo não pode ser. Isso é feio. Lady Gaga até pode ser uma mulher real. Mas está gorda.
Acho incrível que se diga que Lady Gaga está gorda apenas por causa do que se vê nesta imagem. Se já vi a cantora mais magra? Já! Se já a vi com mais peso? Também já! Se esta imagem faz dela uma pessoa gorda? Não! É apenas uma das tais mulheres reais que muitos exigem ver. Tal como era uma mulher real quando tinha menos peso ou quando tinha mais. Enquanto se perder tempo a chamar gorda(o) a quem tem uma figura física como a da cantora, nem vale a pena dedicar mais tempo à temática.
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