Devo ser a única pessoa em Portugal que não tem receio de dizer: “fiz merda!”. Ou, por outras palavras, devo ser a única pessoa neste País que não tem problemas em assumir que errou em determinado momento. Considero-me uma pessoa orgulhosa mas não deixo que o orgulho chegue a um ponto em que me tira a razão. E em que esconde coisas perfeitamente normais.
Por outro lado, não tenho qualquer medo de assumir que já errei. E muitas vezes. Na vida profissional, na vida pessoal e até na vida desportiva. São coisas que acontecem. E em nenhum desses momentos me contentei com vitórias morais, que estão tanto na moda. Nunca precisei de uma para camuflar uma falha. Nunca precisei de encontrar desculpas para falhar um golo de baliza aberta. Errei. Pedi desculpa. E segui a minha vida.
Neste momento acredito ser um caso raro. Porque Portugal está cheio de pessoas que não conhecem o fracasso. Pessoas que não erram. Que não fazem merda. Quer dizer, na realidade até fazem mas conseguem sempre ter mil desculpas para o que aconteceu. E os motivos são os mais diversos. Até se pode dizer que se trata de uma conspiração do universo. Aquilo que essas pessoas não fazem é assumir um erro. Porque errar e fracassar é coisa de fracos. E Portugal não é feito de fracos.
Não sei se essas pessoas acham que assumir um erro é coisa de fracos. Se acham que revelam uma fraqueza ao assumir um erro. Se têm receio da forma como vão ser olhados pelos outros. Ou se acham que atirar areia para os olhos de terceiros é tão simples que basta uma simples desculpa para camuflar um erro. Não sei mas tenho a certeza de que as vitórias morais são a nova peça de roupa que todos querem ter no armário.
Assumir um erro faz parte do carácter e da educação de uma pessoa. Assim como saber aceitar um pedido de desculpas. Concordo contigo, penso que o que não falta, são pessoas mal educadas em todos os campos da nossa vida.
ResponderEliminarDeveria ser assim tão simples.
Eliminar