18.2.15

para solteiros que estão fartos de conversa de casados

“Então? Quando é que nos apresentas um(a) namorado(a)?” é uma pergunta que os solteiros(as) ouvem com bastante frequência. Pergunta essa que pode vir dos amigos que acabaram de casar e que querem à força que o(a) amigo(a) solteiro(a) case também. Tal como pode vir daquela tia ou avó que está farta de ver o(a) sobrinho(a) ou neto(a) sozinho(a) nas reuniões familiares. Ou ainda dos colegas de trabalho que adoram partilhar histórias românticas e que estão fartos de que o(a) amigo(a) não tenha nada para dizer.

Por norma, quem insiste nesta pergunta não acredita que existam pessoas que simplesmente não querem ter ninguém (pessoalmente acredito que em determinado momento todos desejam a companhia de alguém mas acredito também que existem pessoas que conseguem ser felizes durante muito tempo sem uma relação séria pois não estão preparados ou não querem dividir a sua vida com alguém). Como tal insistem nas perguntas. Que são sempre as mesmas. E que conseguem ser bastante inconvenientes acabando por testar até aos limites a paciência de quem gosta de ser solteiro e que realmente o é por opção.

Este problema parece ter os dias contados. Foi criada a solução para os solteiros que estão fartos de conversa de casados. Trata-se da Invisible Girlfriend (ou Boyfriend), uma aplicação criada a pensar nas pessoas que simplesmente gostam de ser solteiras. Esta aplicação, desenvolvida nos Estados Unidos da América, foi criada para colocar um ponto final às perguntas e conversas incómodas. Ou seja, para as pessoas que estão fartas da pressão de ter alguém. Para isso, a aplicação cria provas sociais e reais de que se está numa relação, quando na realidade não se está. E faz isto através do envio de mensagens de texto e voz que se destacam pela veracidade e que conseguem convencer os outros de que se trata de um(a) verdadeiro(a) namorado(a).

A aplicação cria ainda uma história credível que ajuda a comprovar a existência da namorada(o) invisível. Para isso basta escolher um local ou cenário e a aplicação desenvolve a história de amor. Para já existe apenas a versão beta que está disponível apenas nos Estados Unidos da América e também no Canadá. Ter a aplicação custa 22 euros por mês, com direito a uma centena de mensagens escritas, dez mensagens de voz e ainda uma carta escrita à mão. A namorada(o) pode ser personalizada(o) através da escolha de uma imagem que conste na extensa biblioteca de imagens. No futuro, a empresa quer desenvolver mais pacotes que incluam coisas tão vastas como o envio de flores.

Acredito que esta aplicação faz sentido nos moldes em que foi criada. Ou seja, tem a sua piada nas mãos de pessoas que estão fartas de perguntas e que a troco de algum dinheiro vão servir uma divertida resposta a todos aqueles que não param de fazer perguntas e querem uma relação à força. Mas acho que facilmente será utilizada por pessoas que encontram nesta aplicação o caminho mais fácil para esconder uma vida eventualmente solitária. E aqui refiro-me aquelas pessoas que estão solteiras pelas mais diversas razões que não passam por não querer ninguém. Por exemplo, pessoas que não separam o virtual do real e que vão alimentar uma história de amor dentro da virtualidade que pauta as suas vidas.

12 comentários:

  1. Não serve para mim.Muitas vezes fui "massacrada" por essas perguntas e respondia que estava muito bem solteira.
    As pessoas acabaram por desistir.
    Não queria alimentar uma estória "Invisible Girlfriend /Boyfriend".

    P.S.: Adorei a tua entrevista em "Maria das Palavras".

    Beijinho

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    1. Acho que isto tem alguma piada mas com conta peso e medida.

      Obrigado!

      Beijos

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  2. Coisa marcada ! Apartar de agora vou duvidar sempre até ver o namorado(a) dos meus amigos (as) 😄

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  3. Hoje em dia há apps para quase tudo!! Umas até são uteis, outras... pois são como esta. Não servem para nada!!
    A pressão para arranjarem namorado/a a quem não tem, é algo que não me afecta!!
    Beijinhos

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    1. Ainda bem que não mas há pessoas que sofrem muito com isso.

      Beijos

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  4. Aplicação sem sentido. Acabam-se umas perguntas, começam outras: "então e quando apresentas esse(a) namorado(a)?", "quando é que casam?", "pensam em ter filhos?", and so on and on and on...
    O melhor mesmo para quem insiste muito nas perguntas, e falando da minha perspectiva pessoal, é "Com todo o respeito, não tens muito a ver com a vida que levo ou quero levar. Quando tiver algo importante para te informar, assim o farei", com um sorriso nos lábios, e as perguntas acabam por desvanecer ou tornar-se raras :D

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    1. Eu gosto das pessoas que respondem com coisas que nada têm a ver com o assunto. Farto-me de rir :D

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  5. Este tipo de coisas deixa-me triste. Triste porque se vê como as pessoas (talvez a maioria) se preocupa mais com a opinião dos outros do que com o seu próprio bem estar.

    E ver uma empresa dar-se ao trabalho de criar uma aplicação para criar mentiras destas, e vende-la, é porque realmente há mercado que justifique um investimento num desenvolvimento destes (e eu sei o quanto custa...sou engenheira informática), e há lucro, muito lucro... Lucro na criação de mentiras, já viste como é triste esta frase? "Esta empresa tem lucro, numa aplicação que desenvolveu para criar de mentiras"? :(


    Sendo eu solteira (e sim, foi opção minha e continua a ser), e com uma filha (sim também sou mãe solteira), posso dizer que sou uma pessoa feliz, e que não me incomoda que me perguntem "Então e quando arranjas namorado?" ou 'pior' "Então e quando é que vem mais um?" (entenda-se por mais um filho/a, e sim! mesmo sendo solteira há quem me pergunte quando vou ter mais um bebé). Simplesmente respondo que estou bem assim, que quando tiver de ser será, e que estar solteira por opção não significa que um dia faça sentido dividir a minha vida com mais alguém para além da minha filha, mas, no momento é assim.

    Creio que quem se 'chateia' ou se 'cansa' de ouvir essas perguntas, talvez se importe com aquilo que os outros pensam (mesmo que inconscientemente), se incomoda é porque afeta.

    Vejo que é muito mais importante cuidarmos de sermos felizes sem termos que encaixar nos quadrados que a sociedade nos impõe, ou a que a cultura ou a 'tradição e os bons costumes' (e o que são bons costumes?!?!) nos querem fazer viver.

    Era muito mais importante fazermo-nos estas perguntas: "Estou bem assim?" "Sou feliz como estou?" e esquecer o que os outros pensam e tratar de sermos nós próprios e de tentarmos corresponder àquilo que realmente nos faz sentir felizes, àquilo que vem de dentro e não de fora.

    Viver uma vida em função das expectativas do que os outros pensam que nós deveremos ser é a pior morte de todas, a da nossa unicidade/individualidade/felicidade!

    Tu? És feliz como és? Ou tentas ser aquilo que os outros te dizem que deves ser?


    Beijinhos
    Z.

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    1. Infelizmente vivemos numa época em que as pessoas vivem em função dos outros. Querem estar à altura do que defendem e do que dizem ser justo, mesmo que não concordem. E isso é preocupante.

      Gostei do comentário.

      Beijos

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