Ontem partilhei no blogue uma fotografia que foi publicada na revista Time em 1955. E que, à data, era a imagem de um corpo perfeito. Partilhei a mesma fotografia no instagram do blogue e ainda na página de facebook do blogue, tudo em momentos diferentes. Quando optei por esta partilha tripla, tinha por objectivo perceber o tipo de comentários que ia ler. Queria perceber o efeito da imagem nas pessoas.
Para começar, e acho que aqui todas as pessoas concordam, o ideal de corpo perfeito daquela época é bastante diferente da actualidade. Olhando para a imagem, encontra-se uma mulher cujo corpo é diferente de uma manequim. O que, para muitas pessoas, nos dias que correm, representa um corpo perfeito. Hoje em dia, os corpos considerados (na sua generalidade) perfeitos passam por medidas em tudo parecidas à mais conceituada manequim.
Fazendo um apanhado dos comentários que foram partilhados no blogue, facebook e instagram, quase todas as pessoas preferem aquele padrão de beleza física. E, mais uma vez na sua generalidade, defendem que está mais próximo da maioria do corpo das mulheres. Ou seja, aquela mulher de 1955 é vista como um exemplo de beleza, saúde e sensualidade. Ninguém lhe chamou gorda ou algo semelhante. Pelo contrário, foi bastante elogiada. Em tom de brincadeira/desabafo, diversas mulheres dizem-se na época errada por comparem o seu corpo com aquele.
Não escondo que desejava perceber quantas pessoas acabariam por questionar o que é um corpo perfeito. O que acabou por acontecer poucas vezes. Recuando até à data da imagem, aquelas que hoje são consideradas mulheres com corpos perfeitos iam sentir-se à margem. Seriam as “vítimas” dos padrões idealizados por alguém. Por outro lado, as que têm corpos iguais ao da mulher da fotografia sentem-se hoje colocadas de lado. Parece que não estão à altura dos padrões que alguém decidiu nomear como ideias de beleza física.
O que é um corpo perfeito? Quem o define? Acho que a resposta a estas duas perguntas deveria ser dada por cada pessoa. Por cada mulher. Ou por cada homem, se a discussão englobar o corpo perfeito masculino. As pessoas não são feitas na mesma fábrica. Não são feitas com o mesmo molde. Como tal, não têm de ser todas iguais. Não têm de estar à altura dos ideais e padrões de terceiros. Têm é de sentir-se bem com a imagem que o espelho reflecte. Quando isso acontece, está alcançada a perfeição que mais importa: a pessoal.
O tal corpo perfeito como fala vem de décadas de duas coisas: patriarcado + publicidade. Ou seja, uma insistência em obrigar as mulheres a seguirem uma linha estética de acordo com as várias décadas, e usar essa linha para vender produtos.
ResponderEliminarOs ideais de beleza são como a moda: mudam a toda a hora. Se hoje alguém diz que é a simetria que define a beleza, amanhã vão dizer que simetria é demasiado perfeito.
O que interessa é que cada um (mulher ou homem) aceite o seu corpo e se ache bonita ou bonito.
O pior é que muitas pessoas deixam levar-se por esses ideais de uma forma muito intensa que chega a ser problemática.
EliminarEu ia dizer precisamente o que disseste no final do teu texto, independentemente dos padrões e estereótipos que existem, a verdade é que o corpo perfeito é aquele com que nos sentimos bem, independentemente das opiniões de terceiros.
ResponderEliminarIsso é o que realmente importa.
EliminarEu acho que somos nós próprios que decidimos o que é um corpo perfeito. Se cada um de nós tratar do seu corpo, cuidar dele e o respeitar, ele será perfeito. Se nos sentirmos confiantes e se gostamos do que vemos ao espelho, ele será perfeito. E se soubermos dentro de nós que sempre fizemos de tudo para ele ser o melhor possível, para nós ele será perfeito. É o que nos calhou em sorte e se nós não gostarmos dele, quem vai gostar? Eu adoro o corpo de 1955, tal como adoro os corpos da Victoria's Secret, tal como adoro o meu corpo. Uns dias mais, outros menos, é certo, mas tem tudo a ver com confiança.
ResponderEliminarEm seis linhas disseste tudo.
Eliminar"...se nós não gostarmos dele, quem vai gostar?"
EliminarSerá isto um contentamento descontente? A mim não me parece estranho alguém gostar mais do nosso corpo que nós próprios. Gostar da estética do nosso corpo só porque é nosso parece-me algo tendencioso.
Para mim a questão não é essa. Mas sim ter de ter um corpo que alguém entende ser o melhor para mim.
EliminarEm ultima análise tu próprio determinas essa concepção. Há sempre alguém a definir algo contigo.
EliminarPode não haver. E mesmo que exista esse alguém, não pode ter uma opinião mais forte do que a minha.
EliminarUm corpo perfeito nunca será consensual pq depende sempre de quem se olha ao espelho e de quem observa o corpo em questao. Eu particularmente gosto mais do genero de mulher da capa de 1955 em comparaçao com as manequins atuais, mas nao sou hipocrita e admito que a de 1955 esta um pouco acima do peso ( tal como muitas mulheres na atualidade e que por isso se identificam com a mesma ) e que as mesmas manequins atuais sao de uma magreza extrema, logo como padrao de beleza, o meu padrao seria um meio termo. Mas la esta...é a minha opiniao e concerteza os bilioes de habitantes do planeta deverao discordar de mim.
ResponderEliminarEstá acima do peso se tivermos em conta os padrões que querem que sejam regras.
EliminarCorpo perfeito - é aquele de Deus nos deu!
ResponderEliminarNão compartilho da ideia de que as curvas voluptuosas é que são um must...as magras tem a sua piada, as gordinhas também são fofinhas.
Tenho a ideia que o que vende são corpos mais magros e acho rídiculo falarem sempre em anorexia quando a pessoa é mto magra (há pessoas que são assim naturalmente, para mal de muitas invejosas)...no recente desfile da vitoria secrets temos bons exemplos do que é considerado "corpo perfeito", mas aquilo também leva alta super produção. basta ver imagens das modelos apanhadas na praia, de bikini, e não é aquilo tudo.
basicamento acho que este tema, é o tema que cada um puxa a brasa à sua sardinha...
mente sã, faz corpo são!
A perfeição deve ser pessoal e não apenas porque alguém quer que assim seja.
EliminarNa minha opinião, o erro está exactamente em pensarmos que existe um corpo perfeito. A solução para estes padrões muito em voga hoje em dia (e que acabam por prejudicar muitas pessoas...), passa, a meu ver, por cada um ser feliz com aquilo que é. Nós damos a importância que queremos às coisas e se calhar, actualmente, estamos a dar demasiada importância à aparência... em detrimento da saúde, algumas vezes.
ResponderEliminarA perfeição é pessoal. A pessoa tem de perceber quando está mal e quando precisa de mudar por si e não pelos outros. E sim, valoriza-se muito a imagem.
EliminarA imagem partilhada não tem nada de mal:é um corpo em forma de violão dos anos 50,onde "gordura era formosura".Se fosse agora os media iam considerar fora do padrão de beleza e bajular as magrelonas!
ResponderEliminarNunca gostei dessa imposição absolutamente estúpida,pois a magreza nunca foi atestado de saúde.Há pessoas fortes ou com pneus que não têm doença nenhuma,tal como há magras doentes.Um corpo obeso já foi considerado sinal de fertilidade e saúde mas actualmente é tudo ao contrário.Fazer dietas por motivos estéticos enquanto se está bem interiormente,é uma grande burrice!!!
Os padrões deles só trouxeram problemas de auto-estima a muitas mulheres,pois como são machistas,atraem também homens machistas.
Nenhum tipo de corpo merece ser objectificado e sim respeitado.
A tua crítica em relação à magreza pode aplicar-se também a quem defende o mesmo do que tu. A perfeição deve ser pessoal e quem gosta de algo não deve atacar os outros corpos apenas porque não se identifica com eles.
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