elas (as de fora) na noite do algarve

É muito fácil separar as mulheres estrangeiras das portuguesas na noite algarvia. E não me refiro ao aspecto físico de ambas. É que boa parte das mulheres estrangeiras vestem-se sempre como se fossem à mais prestigiada entrega de prémios do mundo. Podem ir apenas beber café, ou ir somente a um bar ou até passar a noite toda fora que vão sempre bem vestidas. E tanto podem ir ao bar mais sofisticado e exclusivo do Algarve como à tasca mais simples. Nada disto influencia a escolha da roupa.

É certo que parecem deslocadas da multidão. Parece que não estão enquadradas. Mas a cultura da vida nocturna é completamente diferente da nossa. E acho piada a isso. Não me choca (muito pelo contrário) ver uma mulher elegante num ambiente mais descontraído. Agrada-me a mistura de nacionalidades e as diferentes formas de viver a noite numa rua cheia de bares. Tem muito mais piada do que se todas as pessoas fossem iguais.

Por outro lado, quando a noite já vai longa continua a ser fácil separar as mulheres estrangeiras das portuguesas. Boa parte das estrangeiras dançam com os sapatos nas mãos e não se preocupam em andar descalças em locais que me custam pisar com os meus ténis e ondem existem vidros. Além disso, e porque a cultura no que diz respeito à velocidade com que se bebe álcool (e também a duração de uma noite) é diferente da nossa, são aquelas que ficam embriagadas muito mais depressa. Por fim, as mulheres estrangeiras têm uma maior facilidade em conviver com os homens do que as portuguesas que são mais retraídas ou tímidas.

No que diz respeito à roupa deles, não noto grandes diferenças em relação aos homens portugueses, apesar de defender que se preocupam mais com a imagem do que muitos de nós. Quanto ao álcool, são iguais a elas. São aqueles que se embebedam primeiro e que às oito horas, quando nós ainda nem jantámos, já estão a cambalear ou mesmo caídos nas ruas algarvias. E são também aqueles que não têm problemas em abordar qualquer mulher, algo que os portugueses têm maior dificuldade em fazer. Os portugueses ficam a pensar se devem abordar ou não uma mulher e qual será a sua reacção. Eles abordam sem qualquer hesitação.