7.3.22

estudo revela que vivemos 15 segundos no passado

Existem frases que já quase todos ouvimos em algum momento da nossa vida. “Parece que vives no passado” é uma delas. Até que aparece um estudo que vem defender isto. É que afinal todos vivemos no passado. Mais especificamente 15 segundos. Este é o resultado de um estudo realizado por uma equipa de investigadores da Universidade de Califórnia-Berkeley, situada nos Estados Unidos da América.

Os autores do trabalho referem que o cérebro humano mostra imagens de 15 segundos no passado, em vez de tentar actualizar a visão em tempo real. Ou seja, o cérebro está sempre a enviar novos estímulos visuais. Só que, para manter a ordem em tudo aquilo que os olhos estão a captar a cada segundo, o cérebro apresenta uma imagem de 15 segundos antes. Esta é a conclusão do estudo.

“Se os cérebros estivessem sempre a actualizar-se em tempo real, o mundo seria um lugar agitado”

Tudo isto está relacionado com aquilo a que os cientistas se referem como “campo de continuidade” da mente. Esta é uma função de percepção em que o cérebro se funde com aquilo que os olhos observam. De modo que exista uma sensação de estabilidade. Os investigadores salientam que sem isto o mundo seria uma verdadeira confusão para os olhos. “Se os cérebros estivessem sempre a actualizar-se em tempo real, o mundo seria um lugar agitado com constantes flutuações de sombra, luz e movimento. Como se estivéssemos a alucinar o tempo todo”, explica o mentor do estudo David Whitney, num comunicado divulgado pelo estabelecimento de ensino.

“O nosso cérebro é como uma máquina do tempo. Continua a enviar-nos de volta no tempo. É como se tivéssemos uma aplicação que consolida a nossa entrada visual a cada 15 segundos numa impressão para que possamos lidar com a vida quotidiana”, acrescenta Mauro Manassi, autor principal do estudo.

Viver no passado nem sempre é bom

Se esta situação tem várias vantagens, tem também um lado menos positivo. “O atraso é ótimo para evitar que nos sintamos bombardeados por informações visuais no dia a dia. Mas também pode resultar em consequências de vida ou morte quando a precisão cirúrgica e necessária”, realça o autor principal do trabalho. “Por exemplo, os radiologistas fazem a triagem de tumores e os cirurgiões precisam de ser capazes de ver o que está à sua frente em tempo real. Se os cérebros forem tendenciosos para o que viram há menos de um minuto, eles podem perder alguma coisa”, acrescenta.

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