Era visto como uma espécie de lenda do futebol ucraniano. Mas Anatoliy Tymoshchuk acaba de ser apagado da história da seleção do seu país. Além disso, aquele que era o jogador com mais internacionalizações pela Ucrânia, perde ainda a licença de treinador. Estas medidas estão relacionadas com o facto de o atual treinador adjunto dos russos do Zenit estar em silêncio em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia.
E é sem meias medidas que o Comité de Ética e Fair Play da federação de futebol ucraniana revela que a decisão está mesmo relacionada com o silêncio do ex-jogador. “Desde o início da agressão militar da Rússia contra a Ucrânia, Tymoshchuk, ex-capitão da seleção ucraniana, não apenas não fez declarações públicas a esse respeito. Mas também não interrompeu a sua cooperação com o clube do país agressor. Numa altura em que outro antigo clube do ucraniano, o Bayern Munique publica declarações e realiza ações de apoio à Ucrânia, Tymoshchuk continua calado. E a trabalhar para o clube do agressor. Ao fazer esta escolha consciente, Tymoshchuk prejudica a imagem do futebol ucraniano e viola a cláusula 1.4. Parte 1 do art. 4º do Código de Ética e Fair Play da UAF.”, pode ler-se no comunicado.
A federação decide ainda “privar Tymoshchuk da licença de treinador do nível Pro emitida pelo Centro de Licenciamento da UAF. Instruir a administração da UAF a solicitar às autoridades públicas que retirem a Tymoshchuk todos os prémios atribuídos pelo estado e títulos honoríficos. Privar Tymoshchuk de todos os títulos de vencedor e vencedor do prémio de prata do campeonato da Ucrânia, da Taça da Ucrânia, e da Supertaça da Ucrânia. E excluir Tymoshchuk do registo oficial de jogadores das equipes nacionais da UAF”.
O comité recorda que Tymoschuk “foi campeão na Ucrânia, Alemanha, Rússia, vencedor da Liga dos Campeões da UEFA, vencedor da Supertaça Europeia e durante 2009-2013 e 2015-2017 jogou pelo clube russo do FC Zenit”, no qual faz agora parte da equipa técnica.
“Para ele, o dinheiro é mais importante”
Tymoshchuk já tinha sido criticado por Alexander ALiev, antigo médio agora com 37 anos. “As pessoas na Rússia são zombies, têm medo de tudo. O Putin intimida-os. Fiquei muito dececionado com o Tymoshchuk, nem quero dizer o nome dele. Todos diziam que ele era uma lenda. Entendo que ele trabalha no Zenit, mas pode expressar umas palavras de apoio [à Ucrânia]”, diz ao Denisov Time.
“Ele entende que, se disser alguma coisa, será expulso de lá [Zenit]. Ele simplesmente não tem a mínima ideia o quão difíceis são estes tempos para as pessoas, para os ucranianos que torceram por ele e o apoiaram tal como à seleção nacional. Para ele, o dinheiro é mais importante”, prossegue. Acrescentando ainda que “Tymoshchuk lixou tudo”, numa alusão à imagem que os ucranianos tinham do ex-jogador.
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