Dou início a este texto com uma viagem que nos irá levar até aos anos 70. “De todas as taras sexuais, não existe nenhuma mais estranha do que a abstinência”, disse o escritor Millôr Fernandes. Esta frase, que se tornou das mais populares do também cronista, está muito actual. Pelo menos para os mais jovens. Pois estão a fazer menos sexo e esta realidade não irá mudar no futuro.
De acordo com um estudo recente, a ausência de sexo entre os mais novos será algo que veio para ficar. Os psicólogos dizem até que estamos perante um apagão sexual. Se olharmos para os resultados do estudo realizado pelo Instituto Karolinska, na Suécia, percebemos que 30,9% dos homens, com idades compreendias entre os 18 e os 24 anos, não fizeram sexo nos últimos meses.
1 em cada 3 homens (idades entre os 18 e 24 anos) não fez sexo nos últimos 12 meses
Ou seja, um em cada três homens não teve qualquer relação sexual ao longo de um ano. Um outro estudo, realizado em 2002, mostrava que a abstinência sexual andava pelos 18,9%. Algo que reflecte uma grande mudança. Se olharmos para as mulheres, a percentagem passou de 15,1 para 19,1%. Não é tão intensa como a deles, mas caminha na mesma direção.
Uma das análises seria falar numa espécie de revolução conservadora. Ainda assim, esse não é o motivo avançado pelos investigadores. Que defendem que tudo não passa de uma opção e de prioridades. Agora, e cada vez mais, os jovens centram a sua energia em coisas como o mercado de trabalho, que está cada vez mais competitivo. A tecnologia também entra na equação. Pelo facto de existir uma maior facilidade no acesso no sexo à distância. Ao mesmo tempo que torna mais fácil esconder inseguranças. Estima-se ainda que a pandemia de coronavírus possa acentuar ainda mais estes números.
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