Volta e meia, dou por mim a lamentar-me em relação a diversos aspectos da minha vida. Coisas que representam uma gigantesca dor de cabeça para mim, mas que até podem ser pequenos grãos de areia para outras pessoas. Acredito que será assim com todas as pessoas. Tendemos a colocar as nossas questões, por mais pequenas que possam ser, num grau de elevada dimensão problemática. Onde não cabe mais nenhum problema mundial.
Até que leio a notícia de que Sara Carbonero, a mulher de Iker Casillas, está a lutar contra um cancro nos ovários. Que é tornado público dias depois de o jogador espanhol ter sofrido um enfarte durante o treino do Porto. E neste momento percebemos que afinal, a nossa vida não é assim tão má. Que os problemas, que temos e que todos têm, não são assim tão graves. Pelo menos na dimensão com que olhamos para eles.
E faço um pequeno aparte para falar também da minha história. Porque considero que mudei muito depois de ter acompanhado a luta da minha mãe contra um cancro da mama. E do meu pai, que passou por uma situação semelhante à de Casillas. Por mais estúpido que isto possa ser para todos nós, são estes momentos que nos mostram o que importa. Não é quando estamos num pico de alegria que nos focamos. Só nos focamos nos piores momentos.
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