A escolha recaiu em “Ouvi Dizer”, dos Ornatos Violeta e depois da eleição acabei por estar à conversa com o Manel Cruz. O ponto de partida foi mesmo a eleição, mas acabámos por falar de muitas outras coisas. Tendo em conta o regresso, é sempre bom recordar aquilo que foi dito por um dos melhores músicos portugueses de sempre.
Qual a sensação de ver uma música tua eleita como o melhor tema português de sempre?
Manel Cruz - (Risos) É fixe! É bom! Embora as coisas sejam relativas é bom que alguém ache isso (risos).
Esta eleição aconteceu no blogue mas “Ouvi Dizer” consta sempre nas listas das melhores músicas portuguesas de sempre. Quando a música foi feita deu para perceber que teria este impacto?
Não, de maneira nenhuma. É uma coisa muito difícil de prever e nunca pensei nas coisas dessa maneira. Aliás, as músicas de que mais gosto nunca foram eleitas (risos). Normalmente são músicas que têm determinadas características mas normalmente não são as de que mais gosto.
“Para-me Agora” é uma das tuas músicas preferidas dos Ornatos Violeta. Mesmo não sendo aquela de que mais gostas é justo referir que “Ouvi Dizer “é o tema mais marcante da tua carreira?
Sim. Talvez seja a mais marcante, tal como “Capitão Romance”. Mas esta talvez tenha sido a mais mediática.
"Como é visível na música é uma dor de corno (risos)"
Recuando no tempo. Ainda te recordas o que originou este tema?
Sim. Como é visível na música é uma dor de corno (risos). Um amor espatifado. Não me lembro exactamente do dia em que a fiz mas recordo-me de estar a fazê-la e de mostra-la, ainda sem letra, só com música e melodia ao Kinörm [membro dos Ornatos Violeta]. Era tocada à guitarra, com outra onda mas recordo esse momento.
Há algum motivo especial por detrás da participação de Victor Espadinha?
Foi quase uma questão de humor. Por causa de fazer parte daquele universo Joe Dassin e aquela maneira de declamar com muito ênfase e algo kitsch a que nós achávamos graça. Num ensaio surgiu a ideia de ter alguém a dizer o poema. O Kinörm sugeriu o Victor Espadinha e achámos todos muita graça ao confronto entre o universo da música e a forma da poesia mais enfatizada.
Podem ler a entrevista completa AQUI.
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