“Olá homem, não sou de blogues nem nada mas encontrei o seu texto depois de ter estado a conversa com malta do trabalho sobre este tema e como fiquei um bocado espantado com as respostas e como os meus amigos pensam todos como eu então quero também trazer para aqui o tema, então é o seguinte. Tenho colegas que dizem que era na boa partilhar a mulher deles se eles também pudessem andar na caça deles, a pergunta é e lá está é o que eu penso, estás pessoas que fazem isto não se sentem amadas nem amam o seu parceiro certo? Ou sou mesmo eu que sou mente fechada? A fidelidade não é um pilar em relações amorosas? Seremos nós tão possessivos que as nossas mentes não nos deixa ter outros companheiros? Gostava que te tivesses alongado mais na tua opinião homem porque partilho a tua maneira de pensar. Abraço. João.”
Este comentário fez-me recuar até este texto, de Maio de 2013. Na altura o motivo do texto foi uma reportagem sobre uma mulher que era prostituta e do marido da mesma, que dizia não ter problemas com a profissão da mulher. Até que vão a um bar e a mulher, alcoolizada, começa a dizer a todos qual a profissão. Além disso mete-se com militares, desafiando os mesmos ao bordel onde trabalhava e onde os militares tinham um desconto especial. O tal homem, supostamente liberal, mudou por completo no bar. Revelou que afinal não era assim tão descontraído em relação à profissão da mulher.
Apesar de o texto ser antigo, o comentário do João é recente. E motivou este texto. Em relação à parte inicial do comentário, creio que tudo não passa de conversa de homem. De coisas que dizem da boca para fora, em especial quando inseridos num ambiente masculino. Não acredito que um homem – excepto em casos em que a relação tem abertura de ambas as pessoas – se sinta confortável ao partilhar a mulher com outros homens.
Podem existir excepções mas acredito que a esmagadora maioria dos casos não reage assim. E conheço casos de homens que têm as suas aventuras e que ficam bastante ofendidos quando descobrem que as mulheres também o fizeram. Ou seja, fica a ideia de que é algo aceitável para eles mas não para elas. Por isso, não acredito nisso de dizer que “é na boa” partilhar a mulher com outros homens.
Acho que apenas as pessoas que desde o início assumem estar numa relação aberta é que se sentem tranquilas em relação à partilha do homem e da mulher com outras pessoas. Para todas as outras isto será estranho. Será algo que não encaixa na leitura que fazem de uma relação a dois. Esta passa apenas, no que ao sexo diz respeito, por essas duas pessoas. E não tem a ver com possessão ou não. É a forma como se encara uma relação. Acho também que não tem a ver com amor ou com falta de amor mas sim com aquilo que muitos homens dizem da boca para fora perto dos amigos.
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