O 19 de Março de 2020 tinha tudo para ser um dos Dias do Pai mais especiais dos meus 38 anos de vida. Além de já ter tudo combinado para estar com o meu pai, é também o primeiro que vivo depois de saber que vou ser pai de uma menina. Estes ingredientes chegavam para estar eufórico com uma data que sempre gostei de celebrar. Até que aparece o coronavírus, com uma escalada galopante, que nos faz olhar para a vida e mundo com outros olhos.
Moro relativamente perto dos meus pais. Sei que estão a ter todos os cuidados (até porque não me cansei de os alertar até começarem a fazer tudo de forma cautelosa, até pelos riscos que correm). Mas entendemos ser melhor não nos juntarmos hoje. Até porque estamos a falar de uma doença silenciosa que pode atacar sem dar sinais disso. Prefiro ficar muito triste neste dia, mas ter muitos outros para celebrar. E já lhe disse que, assim que isto acabar, é uma das primeiras coisas que faremos.
Não querendo fazer de mim um exemplo, porque sou o que sou e cada qual sabe de si, deixo um apelo para que não cedam ao coração hoje. Bem sei que todos os filhos vão querer beijar e abraçar os pais neste dia especial. Mas se não estiverem reunidas as condições de segurança, evitem correr um risco que pode ser grande. Principalmente se tiverem pais que podem ter complicações caso fiquem infectados. E acreditem que digo isto com um grande nó no coração pois queria, e muito, estar com o meu pai hoje.
Aproveito ainda este texto para dizer ao meu pai - o melhor do mundo - que o amo muito. Agradeço tudo aquilo que me ensinou, ensina e continua a ensinar. Tudo coisas que fazem de mim um homem melhor. E nesta altura, quando estou a poucos meses de ser pai, tenho a certeza de que serei um excelente pai se for para a minha filha um terço do que tens sido para mim. Obrigado, Anhuca. Amo-te muito! És o melhor pai que poderia ter. Foste, és e continuarás a ser o meu herói.
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