12.3.19

que mal é que eu fiz a alguém?

Acho que já todos passámos por isto. Quando não conseguimos realizar algo que muito desejamos, ou simplesmente quando um plano corre mal, damos por nós a perguntar: "que mal é que eu fiz a alguém?". Tentamos encontrar uma justificação que passe por algo que não nos diz respeito. Por algo ou alguém que está a impedir a nossa felicidade, independentemente da forma como é medida, de ser plena.

Não sei se isso acontece com quem está a ler este texto, mas assumo que acontece comigo. Já dei por mim, em diversas ocasiões, a pensar nisto. E quanto mais penso, mais profundos e alargados são os pensamentos. Dou por mim a pensar em coisas como "deve ser porque não mereço", "devo estar a pagar pelo mal que fiz a alguém", "não é para mim" e por aí fora. É certo que não costumo encontrar uma resposta, mas penso nestas e em muitas outras hipóteses.

Depois, dou por mim a pensar no tal destino e naquilo que está eventualmente programado para nós e que não depende das nossas vontades. Até que ponto isto é verdade. Até que ponto é que somos nós que temos o poder de escolher tudo aquilo que desejamos, sem depender de nada ou de ninguém. E mais uma vez, são mais as dúvidas do que as certezas.

O que é certo é que, enquanto penso nisto, existem coisas que se realizam e outras que vão ficando para trás. Coisas que continuo a desejar e outras que começam a fazer com que acredite noutras coisas, noutras realidades. E se há dias em que estas deambulações até têm a sua piada, noutros são uma merda. Haverá quem diga que esta é a piada da vida ou que devemos lutar por tudo o que queremos, mas não sei até que ponto será mesmo assim.

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