Quando era mais novo e quando comecei a trabalhar - algo que aconteceu muito cedo - não dava grande importância ao dinheiro. Se gostasse de umas calças, pagava 120 euros por elas (chegou a acontecer). Se gostasse de uns ténis, a mesma coisa. Não gastava o dinheiro todo que tinha, mas também não sentia grande apego ao mesmo. Era o que era. Algo que mudou radicalmente.
Apesar de continuar a olhar para o dinheiro como algo que paga a minha sobrevivência e que me pode providenciar alguns luxos, passei a ser uma espécie de Tio Patinhas, que tem dificuldade em gastar dinheiro. Não é bem em gastar, mas naquilo em que o vou gastar. Voltando ao exemplo anterior, nos dias que correm sou incapaz de gastar 120 euros numas calças. Até 30 euros por uns jeans já me parecem um grande exagero. Quando tenho o impulso de comprar algo, começo a fazer contas de cabeça. Qual o impacto que terá no meu orçamento mensal, o que poderia fazer com esse dinheiro e por aí fora. Existem coisas em que não tenho problemas em gastar dinheiro, como um bom jantar. Mas até aqui escolho muito bem os sítios onde vou.
Gosto de acreditar que isto vem com a idade. Com a aprendizagem de gerir dinheiro e com a responsabilidade de sair da casa dos pais. E sou o mais sincero possível quando digo que prefiro muito mais o Tio Patinhas que sou agora, do que a pessoa menos ponderada que fui em tempo. Mas também sei que foi aquela forma de ser que me levou a valorizar muito mais aquilo que sou agora. Apesar de chegar ao ponto em que me irrito por querer comprar algo mas começar imediatamente a fazer contas até me convencer de que será um investimento desnecessário.
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