Sempre gostei de chegar a casa e do silêncio daquele que é o meu refúgio. Que acaba por ser uma das formas de criar uma barreira entre aquilo que acontece fora de casa e que não permito que entre no meu lar. E sempre foi assim. Até ao dia em que a Matilde nasceu. A partir desse momento, esta paz foi sendo pintada com barulhos que são tudo menos incomodativos. São as gargalhadas, os passos pela casa, os sons dos brinquedos, as conversas e por aí fora. E se é verdade que sempre gostei de estar sozinho em casa, agora custa muito. Estou há alguns dias sem a companhia da Matilde e o silêncio entristece. Vejo os brinquedos. Vejo as coisas dela. Mas há um silêncio que me congela. Não há um sorriso, uma brincadeira, uma palavra… não há nada. E tudo isto faz com que sinta um grande vazio com algo que sempre apreciei.
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