Quando somos pequenos estamos sempre com vontade de crescer. É o desejo de ter os 18 anos. É o desejo de sair à noite. De ter carta e de ter condução. Depois, queremos algo mais à frente. Já pensamos em outras coisas. Até que damos por nós a perceber (é nisto que acredito) que tivemos vontade de viver demasiado depressa uma das fases mais bonitas das nossas vidas. Pare depois chegarmos ao momento em que só queremos que o tempo passe mais devagar. Que circule na autoestrada dentro do limite de velocidade. Ou que, se fosse um comboio, ande a uma velocidade que permita observar cada detalhe da paisagem.
A minha filha tem apenas quatro anos, mas dou por mim cheio de saudades de pequenos detalhes que vivemos. De coisas que ela gostava de fazer e que agora já não faz. E isto aplica-se a quase tudo o que é bom na vida. Existe uma publicação viral nas redes sociais que mostra um grupo de amigos a jogar futebol. Depois, diz algo como isto. "Um dia saímos de casa para ir jogar futebol com os amigos sem saber que era a última vez que o faríamos". E é muito isto. E quem ler isto certamente que irá associar este cenário do futebol a muitas outras coisas da vida.
E como a vida segue e não espera pela gente, cada vez mais evito o que é tóxico. Afasto-me de pessoas que não me acrescentam nada. Agarro-me às pessoas que fazem o meu coração bater mais depressa. E tento viver os momentos com intensidade por talvez ser a última vez que acontece algo específico de que gosto. Não sei se esta será a melhor estratégia de todas. Mas de uma coisa estou certo: Dá-me paz de espírito. E isto vale ouro.
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