Já aqui me assumi fã de Michael Jordan. Por isso, estou preso a The Last Dance, aquele que é um dos melhores documentários de todos os tempos e que podes ver na Netflix. São 10 episódios (ainda não foram todos disponibilizados) centrados na época 1997-98, a última de Michael Jordan nos Chicago Bulls. O documentário conta com muitas histórias daquele que é visto como o melhor basquetebolista de todos os tempos. Bem como daquela que muitos dizem ser a melhor equipa da história da NBA. Ainda assim, o melhor sobre Michael Jordan ficou de fora do documentário.
Quem o diz é Jason Hehir, o realizador de The Last Dance. O responsável pelo documentário teve acesso a muito material, acabando por ter de fazer diversos cortes. O que significa que muitos momentos relacionados com o famoso camisola 23 acabaram por ser cortados. Entre eles, o seu preferido. Foi durante uma entrevista ao The Dan Le Batard Show with Stugotz que o realizador confessou que a sua história preferida sobre Michael Jordan acabou por não entrar no documentário.
"O seu treinador no Liceu de Laney, em Wilmington, conseguiu enviá-lo para um campo cinco estrelas aldrabando as suas estatísticas"
Este momento específico envolve mentiras e como o basquetebolista trabalhava como empregado de mesa para ter acesso a mais tempo num exclusivo campo de basquetebol. "Entre o segundo e o terceiro e último ano, o seu treinador no Liceu de Laney, em Wilmington, conseguiu enviá-lo para um campo cinco estrelas aldrabando as suas estatísticas. Foi preciso embelezar os seus números porque ele não estava no radar dos olheiros, até porque ninguém ia ver miúdos a Wilmington", começa por contar.
Como se provou vir a ser comum, Michael Jordan surpreendeu todos em pouco tempo. "Esteve lá durante uma semana, que era o período que os pais conseguiam pagar. Exibiu-se a um nível tal que foi o MVP do campo nesse período. Estavam lá o Patrick Ewing e o Len Bias [Um dos melhores basquetebolistas de sempre ao nível universitário, que morreu de overdose dois dias após ser escolhido no draft de 1986 pelos Boston Celtics], mas o Michael - o Mike, como era conhecido na altura - 'partiu todos'", acrescenta.
"Jordan acabou por ser também o MVP da segunda semana, entregando saladas de frutas e queijo aos outros participantes, para depois no campo 'destruí-los'"
Aquilo que se segue, mostra a determinação do basquetebolista para triunfar. "Imploraram-lhe para que ficasse para a segunda semana do campo, pois haveria mais treinadores de basquetebol universitário que o queriam ver. Os pais, porém, disseram que não tinham condições financeiras para mantê-lo lá por mais tempo. E eis que os responsáveis do campo responderam 'Ok, nós pagamos a continuidade dele se ele trabalhar na cozinha como empregado e servir os outros rapazes'. E o Jordan acabou por ser também o MVP da segunda semana, entregando saladas de frutas e queijo aos outros participantes, para depois no campo 'destruí-los'. Há muitas coisas como esta que gostaria de ter contado, mas tivemos de nos focar na época de 1997/98", termina Jason Hehir.
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