Estreou em 2005, durou até 2017 e já se fala numa nova temporada. Refiro-me a Prison Break, a série de televisão que tem em Michael Scofield o personagem principal. Este, por sua vez, é interpretado por Wentworth Miller, que não está disposto a prosseguir com o trabalho no projecto. Tudo porque não quer voltar a interpretar papéis heterossexuais.
Esta notícia está a desiludir muitos dos fãs da famosa série. Entretanto, Wentworth Miller já veio a público referir que não foi só este seu desejo que pesou na decisão de não querer continuar o projeto. Aquilo que acabou por pesar mais na decisão foi o facto de ser constantemente atacado nas redes sociais por ser homossexual. “Não estou preocupado comigo. Não posso ser 'intimidado' neste espaço. Tenho muito poder. 'Excluir. Bloquear. Desativar'. Etc. Mas levo a sério a possibilidade de crianças gays, jovens que estejam prestes a sair do armário virem aqui e serem expostos a porcarias...", desabafou nas redes sociais.
“Não quero interpretar personagens heterossexuais (…) Chega de Michael”
Depois destas palavras, foi a vez de se despedir do personagem que o tornou famoso à escala mundial. “Não quero interpretar personagens heterossexuais. As suas histórias já foram contadas (e contadas). Então... chega de Michael. Se és um fã da série e estás à espera de uma nova temporada... Eu entendo que isso é dececionante. Desculpa. Se estás incomodado porque te apaixonaste por um homem heterossexual fictício interpretado por um gay de verdade... Esse problema é teu.”, termina o ator britânico, de 48 anos. A publicação de Wentworth Miller acabou por gerar uma onda de comentários revelando solidariedade e compreensão com a decisão do ator. Um dos apoios chega do ator Dominic Purcell, que na mesma série dá vida a Lincoln Burrows, irmão de Michael Scofield.
Foi em 2013 que Wentworth Miller falou pela primeira vez sobre a homossexualidade. Na altura, para recusar um convite para marcar presença no festival de cinema de São Petersburgo devido às leis russas contra a homossexualidade, como a que proíbe que se fale sobre o tema com menores. “Agradeço o convite amável. Como alguém que já visitou a Rússia no passado e que tem história familiar relacionada com o país, ficaria muito feliz por aceitá-lo. Contudo, como homem gay, tenho de recusá-lo”, escreveu numa carta enviada para o festival.
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